A (in)segurança falou mais alto em 2019, mas no fim acabou por ser a Morna a pôr todo o país a cantar e a dançar com a sua elevação a Património Cultural Imaterial da Humanidade. Justiça, Sociedade, Cultura, Política e Economia são os sectores mais em destaque no país, no ano em que a seca voltou a massacrar o mundo rural. Ah, também elegemos a figura do ano.
O teatro cabo-verdiano é tão antigo quanto ao achamento do próprio arquipélago pelos navegadores portugueses, Diogo Gomes e António da Noli, entre 1460 e 1462, embora não tendo sido permitido, legalmente, o seu aviamento tradicional ou verdadeiramente autóctone, até 1975. Pois, tudo o que antes era permitido e que pudesse ser considerado tradição terra a terra, era à lupa joeirado pela administração, que receava insurreição por parte dos escravos, e pela Igreja que não considerava muito católica as tradições africanas, apodando-as mesmo de profanas e pagãs. Não se podia...
Fico satisfeita de ver muitas vozes a se manifestarem, a nível das redes sociais e não só – na sequência do Adiamento – não desejado – da discussão da Lei da Paridade, ontem, no Parlamento!Sinal de que, afinal, muitos e muitas apoiam a Paridade!
O presidente da Assembleia Nacional defende que a ideia da paridade em Cabo Verde remonta a independência nacional, mas admite haver necessidade de se aprovar um quadro legal a ser aplicado nos postos de decisões, visando diminuir as desigualdades.
Em Cabo Verde, as mulheres se exprimem, ainda, de uma forma tímida em espaços públicos tradicionalmente dominados por homens. Por exemplo, as estatísticas indicam que, no Parlamento, elas representam 23.6%, no Governo, são 23.1%, na Presidência das Câmaras Municipais, são 0.0%, nas Vereações, são 26.1%, na Presidência das Assembleias Municipais, são 13.6%, enquanto Eleitas Municipais, são 26%, na Presidência das ONG e Associações de Base Comunitária, são 11.1%.
A proposta de lei de paridade em Cabo Verde estará a ser discutida e aprovada pela Assembleia Nacional entre Janeiro e Março de 2019.
Palavras de Inoweze Dias Ferreira, Diretor Geral e Administrador da UNITEL T+, empresa líder de mercado da internet em Cabo Verde.