DENTU MUDJER KE MORADA

(Poema de Carlos Alberto Sousa Mendes – Princezito - com crítica de Maria Augusta Évora Tavares Teixeira* )

VERDADES E MITOS SOBRE A LÍNGUA CABO-VERDIANA

Esta publicação dá sustentabilidade histórica e técnica ao Vulumi I do Libru Grandi di Nhara Sakedu, que, por sua vez, é um livro de Registo, Memória e Auto-ficção, escrito em Língua Cabo-verdiana.

“Bóka ki ta nbarka pé”[1]

(Splikasan di pruvérbiu, mandis Nhara Sakedu)

Mana Guta quer fazer jus aos ancestrais através da escrita

A escrita é a forma que Mana Guta encontrou para fazer jus aos ancestrais depois de ter passado por um sofrimento pessoal em 2012, “num hino à memória, nas denúncias de carácter social e na procura de uma estética que valorize o pensar filosófico e o modo de sentir a arte em Cabo Verde.” Fala Mana Guta, ou Maria Augusta Évora Tavares Teixeira, natural de São Miguel, Santiago, mestre em Letras, e professora universitária há 20 anos.

Nhu Mar

Nhu Mar vivia numa grande cidade cheia de água e era muito feliz com sua mulher Encantada. Tinha muitos filhos, Nha Encantada, e estava sempre em casa a lavar, a passar, e a fazer filhoses de farinha de milho com banana maçã, que guardava em grandes bidões fechados. No dia 30 de cada mês, ela abria os bidões e distribuía comida para toda a criançada, por mor de uma promessa feita desde os tempos da sua Mãe Vieira.