A empresária Isabel dos Santos acusou hoje Angola e Portugal de terem usado como prova no arresto de bens um passaporte falsificado, com assinatura do mestre do kung-fu e actor de cinema já falecido Bruce Lee.
O primeiro-ministro explicou hoje que a decisão de acabar com bancos de licença restrita não tem nenhuma relação com o Luanda Leaks, investigação jornalística que envolve um dos bancos a laborar nessas condições em Cabo Verde.
Antes do vazamento de informações – Luanda Leaks – relativas a transações da filha do Ex presidente angolano – Isabel dos Santos, e também antes da instrução de processo contra aquela pela procuradoria angolana, a ex-eurodeputada Ana Gomes já vinha sistimaticamente denunciando os negócios da milionária africana, alegando estar afetado de ilegalidade a origem do seu dinheiro.
O Governo autorizou em 2013 a instalação do BIC, da empresária angolana Isabel dos Santos, enquanto instituição financeira internacional, apenas para clientes não residentes, alegando que os promotores eram então “pessoas de mérito”. Agora que explodiu o escândalo do 'Luanda Leaks', o BCV informa que o banco BIC Cabo Verde está a ser inspeccionado pelo banco central há algum tempo e que apresentou lucros de mais de 5 milhões de euros em 2018, tendo apenas 12 trabalhadores.
O 'Luanda Leaks' revela como Isabel dos Santos, filha bilionária do ex-presidente de Angola, usou o seu banco em Cabo Verde, o BIC-CV, para direccionar milhões de dólares em pagamentos de construtores chineses e europeus para construir o seu império comercial.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse esta segunda-feira que o caso das revelações de transações suspeitas e esquemas alegadamente fraudulentos de Isabel dos Santos não interpela o Governo, mesmo com os investimentos de 100 milhões de dólares da empresária angolana no país e que aparecem nos ficheiros do 'Luanda Leaks'.
A empresária angolana Isabel dos Santos considerou hoje à televisão BBC, reagindo às acusações da 'Luanda Leaks', que "todos vão ficar a perder" devido às investigações, lamentando "que Angola tenha escolhido este caminho".