UM AMARGO DIA MUNDIAL DA POESIA

Ontem, dia mundial da poesia (e da luta contra a discriminação racial), dirigi-me à Casa Fernando Pessoa, em campo de ourique, onde se ia proceder à leitura de Tabacaria em língua caboverdeana e ao lançamento duma edição bilingue, promovida por uma associação de afro-descendentes de lisboa.      Afazeres pouco poéticos fizeram com que eu chegasse alguns minutos depois da hora aprazada para o início da sessão. Uma tarjeta amarela, em inglês e português (Pessoa teria gostado), avisava que não seriam permitidas mais entradas. Remoendo as minhas razões, resolvi...

Deslumbrante Estupefacção. Posfácio a Histórias Contadas - Baseadas em mitos, contos e lendas da Ilha de Santiago, de João de Deus Lopes da Silva (*)

Os primeiros textos de João de Deus Lopes da Silva que tive a oportunidade de ler foram os poemas da sua autoria constantes da colectânea antológica Jogos Florais 12 de Setembro de 1976, publicada em 1977 pelo recém-criado Instituto Cabo-Verdiano do Livro, então dirigido pelo eminente jurista e intelectual Dr. Manuel Duarte (autor do célebre ensaio “Cabo-Verdianidade e Africanidade”, bem como de um não menos conseguido panfleto anticolonial denominado “Cabo Verde e a Revolução Africana”, assinado por A. Punói e constante do seu livro póstumo de ensaios literários,...

"Santa Cruz na capital" é este sábado

A Câmara Municipal de Santa Cruz leva, mais uma vez, sábado, 10, tudo aquilo que se faz de melhor em Santa Cruz, desde gastronomia, artesanato, música, cultura, moda, dança e poesia, à Cidade da Praia, como forma de promover o município.

DENTU MUDJER KE MORADA

(Poema de Carlos Alberto Sousa Mendes – Princezito - com crítica de Maria Augusta Évora Tavares Teixeira* )

FAC quer textos de Cabral na UNESCO

A Fundação Amílcar Cabral (FAC) pretende trabalhar na inscrição dos escritos de Amílcar Cabral no programa Memória do Mundo da UNESCO.

DJON BADIU DI FÓRA (PROZOPUEMA DI EZEAMI DI SANT´Y ÁGU)

Na ta lenbra puema “Puxim Mendi”, di António Nunes

Epístola à minha pulcra amiga Hosana

"Amiga, só amiga", diz-me ela. Sussurro que lhe saiu duma voz embargada e trémula. E continua "foi Deus que conspirou contra a tua pretensa decisão de me quereres. E eu, coitada de mim, apenas anui nesse sentido". De cabeça baixa, rente à gola de vestido de cor púrpura e, quiçá de seta já no imo, dissimula "sou enredada e não te posso esperançar". Esboça um gesto, tocando ligeiramente o fetiche de metal que tem no dedo, com denguice e com carícia, para meigamente me arrasar "afasta-te de mim, oh meu zeloso descaminho!". E faz isso num acesso fulminante de improviso e num...