A situação é desastrosa em todos os níveis de ensino do pré-escolar ao nível superior: a principal universidade pública está há 20 meses com todas as suas contas bancárias penhoradas por ordem do tribunal por incumprimento de condenação a que lhe foi imposta e assim continuará até que efetivamente pague o que deve. A permanência do Ministro da Educação no cargo vai acirrar mais ainda a crispação entre os professores, seus sindicatos e o Ministério e melhorará as chances de aumentar o descontentamento popular contra o Governo e, consequentemente, contribuirá para piorar...
O novo Plano Carreiras, Funções e Remunerações (PCFR) apresentado pelo Governo vai a debate no Parlamento esta quarta-feira, 9, mas o PAICV já vai avançando que o diploma viola a Lei de Base do Sistema Nacional de Ensino. A UCID também anunciou hoje, 8, que irá votar contra, enquanto o MpD se diz aberto ao diálogo com os professores.
Enquanto o Ministério da Saúde surpreende a população ciclicamente com denúncias de casos cada vez mais espantosos como os casos das parturientes dos últimos diais, o Ministério da Educação surpreende pela normalização da constância da incapacidade de resolução dos mesmos velhos e conhecidos problemas!
...só mudando de postura se consegue conferir dignidade à classe docente, cativar os melhores e elevar a qualidade do nosso ensino. Como impedir que, todos os anos, professores continuem a abandonar as salas de aulas? Não podemos pretender fazer tudo igual e almejar resultados diferentes. Para o governo, negociar é uma chatice! Como seria maravilhoso não ter sindicatos, não ter protestos e não ter direitos laborais! Porém, os professores não podem ser descartáveis. E nem descartados. A bola está lá pelos lados da Várzea. Será que iremos conseguir sair dessa?
O ministro da Família e da Inclusão Social reafirmou hoje, na Praia, o compromisso de avançar com a alteração do código laboral vigente no país que está sendo conduzida dentro do quadro da concertação social.
As reuniões entre o Governo e sindicatos de professores terminaram sem entendimento e uma greve dos docentes mantém-se convocada para quinta e sexta-feira, anunciaram os sindicalistas.
Um grupo de professores de diversos municípios da ilha de Santiago reuniram-se numa manifestação pelos seus direitos, à margem do acto central da abertura do novo ano lectivo 2024/2025, realizado hoje em São Lourenço dos Órgãos.