Se procurássemos uma ordem temática para este volume, talvez a primeira pergunta da entrevista conduzida por Abraão Vicente pudesse figurar na sua abertura: “Considera-se um enfant terrible?”. O epíteto, usado neste contexto, convoca esse sentido figurado, comum no campo literário, do insurreto que zurze a feira das vaidades comerciadas pelos seus pares. José Luiz Tavares cinde habilmente a locução francesa para recuperar, por um lado, a figura do infante guiado pela inocência necessária à criação poética, e recriar, por outro lado, essa “personalidade poética áspera”...
Hoje, 19 de Agosto, a equipa de defesa do diplomata venezuelano Alex Saab apresentou duas acções, para início de procedimentos disciplinares, junto do Conselho Superior de Magistratura, contra três juízes do Tribunal de Recurso do Barlavento, e do Conselho Superior do Ministério Público, contra Luís José Tavares Landim, Procurador-Geral de Cabo Verde. As duas queixas surgem na sequência das queixas-crime apresentadas a 9 de Agosto contra Luís José Tavares Landim, Procurador-Geral de Cabo Verde, e os inspectores da Polícia Judiciária de Sal. Estes procedimentos representam...
...não podemos estar a produzir retóricas relacionadas com a imagem de um Estado de direito democrático, assim como de um país livre com a politização do 13 de Fevereiro de 1991, quando após 30 anos da institucionalização dessa data histórica, continuamos a deparar com esse sofrimento pela ausiência quase total de democracia. Lembro-vos que em 2016 não estava em crise, não havia ressentimento de crise do mau ano agrícula, a crise pandémica só aconteceu em finais de 2019. Isto é, esses efeitos nefastos só vieram a se reproduzir posterior ao triunfo do MPD nas eleições de...
Praia, 04 de agosto de 2021
...qualquer pretensão em equiparar esta brilhante página da nossa diplomacia com o actual caso Cônsul Honorário / Chega, só pode ser entendida como uma tentativa de branqueamento da imagem dos promotores deste, saída de uma mente imbuída de má fé e que não olha a meios para atingir os fins, mesmo que para tal tenha que vilipendiar a nossa história de país independente. Sejamos claros: estamos perante um escândalo inqualificável, cujos contornos não foram explicados por quem de direito, apesar da retórica e das acrobacias do Governo e do sistema MpD. Em rigor, o caso Cônsul...
Apesar da retórica governativa negar a partidarização da administração pública e tenta “justificar” os resultados das eleições autárquicas com subterfúgio à “influência” de elementos afetos a partidos adversários na administração, como forma legitima e não legal de despedir uns e atender à ganância dos militantes oportunistas que aproveitam o fenômeno eleitoral para sugar o último mililitro de leite que ainda dispõe a governação, tenho a convicção que o governo precisa, antes de mais, entender a contradição discursiva e analisar a nossa Administração...
TACV, CVA, seja o que for, a mudança de nome não muda a realidade, nem altera os contornos da questão. Ter ou não ter uma companhia aérea de bandeira? Que companhia de Bandeira? Com que modelo societário? Financiado como? Com que MISSÃO, a que CUSTO? Continuar a socorrer-se dos argumentos que acabo de ouvir do Sr. Ministro do Turismo e Transportes para justificar a situação de pântano (não me refiro ás dificuldades momentâneas, mas aos problemas estruturais) em que se encontra mergulhada a CVA é, no mínimo, prisão discursiva doentia, de quem ainda acredita que se pode tapar...