Cabo Verde registou 37 homicídios em 2018, menos um do que no ano anterior, e sete do total por violência baseada no género (VBG), segundo dados apresentados hoje pela Polícia Nacional (PN) do país.
Mais uma mulher morreu nestes primeiros dias de 2019 às mãos do companheiro (ou ex-companheiro) - Felisberto Semedo, de 30 anos, matou Mónica Duarte, de 29, numa casa em Bellefontaine, na cidade francesa de Toulouse. É mais um caso de femicídio, a forma mais horrenda de Violência Baseada no Género. Mas todas as formas de VBG, independentemente da gravidade, merecem resposta. “E urgentemente”, desabafa Janira Hopffer Almada, num post na sua página na mesma rede social.
A violência baseada no género (VBG) tem sido um dos problemas mais graves da criminalidade em Cabo Verde, considerando o seu peso relativo no conjunto dos crimes, as suas consequências sociais e a magnitude da vitimização com homicídios e suicídios cada vez mais frequentes, maioritariamente jovens.
Cabo Verde não foi eleito para o programa da Millennium Challenge Corporation (MCC). O arquipélago havia sido contemplado duas vezes pelo MCA, durante a governação de José Maria Neves, tendo saído chumbado desta vez pelo Conselho dos Diretores da Corporação do Desafio do Milênio. A seleção baseia-se em critérios como boa governação, combate à corrupção e respeito aos direitos democráticos, conforme avaliado no scorecard da MCC.
No âmbito dos 16 dias de ativismo de luta contra a VBG, Santiago Magazine falou com Vicenta Fernandes (Foto), presidente da Associação Cabo-verdiana de Luta Contra a Violência Baseada no Género. Uma mulher de causas. Das causas da mulher. Das causas da igualdade. Desde a década de 80 que trabalha com o ativismo social e comunitário, dedicando grande parte da sua vida profissional, social e pessoal à luta pela emancipação das mulheres no meio rural, pela luta contra a violência sobre as mulheres e pela igualdade de oportunidades entre mulheres e homens.
“Viver é isso mesmo, ficar se equilibrando entre escolhas e consequências” (Paulo Coelho)
A comunidade “Eu por Elas e Elas por mim” realizou, hoje 26 de Maio, uma marcha e corrida solidária com o propósito de dizer basta de violência contra as mulheres cabo-verdianas. O evento reuniu centenas de pessoas, reafirmando assim o velho ditado popular de que a união faz a força.