Num tempo em que os actuais governantes exigem pedidos de desculpa pelos erros históricos do partido único, não seria igualmente urgente que pedissem desculpa por estas realidades presentes e constantes? Pelos transportes que não funcionam, pelas ligações que não acontecem, pelas embarcações que não chegam e pelos cidadãos que, abandonados, se vêem obrigados a improvisar perigosamente para não perderem tudo? Por tudo isto, o que se exige não é só justiça para o pescador, mas um compromisso real com a dignidade de quem vive nas ilhas. Que se reconheça a urgência de repensar...
A CV Interilhas vai reforçar a ligação marítima com o Maio com duas viagens adicionais por semana do navio Dona Tututa, face às limitações operacionais do navio Kriola no Porto Inglês, provocadas pelo assoreamento da rampa metálica.
As lojas da ilha do Brava enfrentam, neste momento, ruptura de bens de primeira necessidade devido à falta de transportes de mercadorias para a ilha e a população apela por uma solução definitiva.
A crise nos transportes aéreos e marítimos na ilha do Maio agravou-se no último fim-de-semana, obrigando um grupo de passageiros a recorrer a uma pequena embarcação de pesca para se deslocar até à cidade da Praia.
O Governo disse hoje estar a trabalhar com os municípios das ilhas Brava e do Maio para fornecer alternativas de transporte marítimo, enquanto os barcos da concessionária CV Interilhas estão avariados e em reparação.
O presidente da Câmara Municipal do Maio, Rely Brito, denunciou esta segunda-feira, 16, o “abandono e isolamento” da ilha por parte do Governo e pediu um “apoio reforçado” aos operadores afectados pelos problemas no setor dos transportes.
Dezenas de bravenses saíram às ruas da cidade de Nova Sintra, esta segunda-feria, 16, em manifestação para chamar a atenção do Governo para a situação deficitária do transporte marítimo de e para a ilha.