A cerimónia de imposição de fitas dos alunos finalistas do 12º ano da Escola Secundária de São Miguel, no interior de Santiago, marcada para esta quinta-feira, 18 de julho, às 9 horas da manhã, foi adiada devido ao desaparecimento do alfaiate responsável pela confeção das batinas. A informação foi confirmada publicamente pela professora Edna Suzeth de Barros, através de uma publicação na sua conta pessoal do Facebook.
"Partilhando o pensamento do Barão de Montesquieu, segundo o qual “A injustiça que se faz a um é uma ameaça que se faz a todos”, ou o de Leon Tolstói de que “O errado não deixa de ser errado só porque a maioria concorda e participa”, pois deve-se admitir que nenhum cidadão digno desse nome poderá dormir tranquilo quando se encarcera uma pessoa a 7 anos de prisão, não por ter cometido crime de homicídio, de terrorismo, trafico de drogas, de assalto a mão armada, de pedofilia, mas apenas porque auxiliou à evasão de um cidadão que se encontrava aparentemente sob o regime...
Num tempo em que os actuais governantes exigem pedidos de desculpa pelos erros históricos do partido único, não seria igualmente urgente que pedissem desculpa por estas realidades presentes e constantes? Pelos transportes que não funcionam, pelas ligações que não acontecem, pelas embarcações que não chegam e pelos cidadãos que, abandonados, se vêem obrigados a improvisar perigosamente para não perderem tudo? Por tudo isto, o que se exige não é só justiça para o pescador, mas um compromisso real com a dignidade de quem vive nas ilhas. Que se reconheça a urgência de repensar...
A cidade de São Filipe assinalou este sãbado, 12, os 103 anos da sua elevação à categoria de cidade, com uma sessão solene da Assembleia Municipal marcada por reflexões históricas, balanços de conquistas e compromissos para o futuro.
Rayanne tem 9 anos e vive na zona de Alto Santa Cruz em Espargos, Paulo na zona periférica de Santa Maria. Os pais trabalham em regime de turnos num hotel. Sem onde ficar durante o dia, as crianças passam as tardes a vaguear pela cidade, pedindo moedas aos turistas. Quando o turismo sobe, a vida deles, como a de muitas outras crianças, continua no rés-do-chão.
A minha geração não viveu a guerra, mas colhe os frutos da luta. A minha filha Nicole conviveu com duas bisavós, e isso, para mim, é uma bênção rara. Ela recebeu delas moedas com carinho para comprar rebuçados e, sobretudo, recebeu bênção de quem sobreviveu para contar a história. Uma herança invisível mas valiosa. Hoje, ela cresce livre, com direitos e escola, sem ter de carregar lata à cabeça para buscar água ao poço. É por isso que, hoje, ao celebrar os 50 anos da nossa independência, não penso só em datas. Penso em pessoas. Penso na resistência das mulheres como as...
Nas campanhas falam de desenvolvimento; na prática, “desenvolvem” apenas os que se ajoelham, os que bajulam, e os que obedecem cegamente. O padrão repete-se na saúde, nos transportes, no turismo, na banca, na construção civil. Apelidos que se repetem em conselhos de administração, projectos imobiliários, privatizações silenciosas, sociedades de fachada. São os filhos da casa, os sobrinhos do sistema. E enquanto isso, o cidadão comum paga o preço literalmente. Noutros países, isto teria outros nomes: conflito de interesses, tráfico de influências, e corrupção...