A máfia de terrenos e o "dinheiro que nunca mais acaba” (II)

Eis então, como havíamos prometido, a segunda parte do editorial “A máfia de terrenos e o "dinheiro que nunca mais acaba", de 25 de Julho de 2019, em que, dada a gravidade e seriedade que o tema encerra, decidimos ilustrar, com provas documentais, como se vem fazendo algumas das doações, concessões e negócios dos terrenos da Praia, com enfâse nas zonas premium da Capital: Prainha, Gamboa, Quebra Canela e outras localidades.

Praia. Uma cidade insegura e ponto final

Cabo Vede foi e é, pese embora uma ou outra situação menos feliz, um país de brandos costumes. Uma terra de concórdia, solidariedade nos momentos mais duros. Como este de segunda-feira, em que um presidente de Câmara - a Praia, a maior do país - foi baleado por desconhecidos.

O caso dos terrenos da Praia. Dá para ficar calado?

“Ele (ex-embaixador da União Europeia em Cabo Verde, José Manuel Pinto Teixeira) pagou pelo terreno 5 mil e 500 contos cabo-verdianos, 50 mil euros. Há terrenos que podem ir a concurso e há os que podem ser por ajuste direto”.

Para além do liceu da Várzea

1. Tomemos como ponto de partida a seguinte ideia: o problema não está diretamente na “venda do liceu”. O problema estará no “significado da venda do liceu”. O problema é mais abrangente, está em muito do que se situa à volta do processo e a forma como foi e tem sido conduzido. Forçosamente, teremos de olhar para todos os lados desta venda. O filósofo Ortega y Gasset dá razão a esta forma de olhar à volta quando profere a conhecida frase: “eu sou eu e as minhas circunstâncias”. As circunstâncias têm o poder de definição e entendimento. Além de olhar à volta,...

Notas sobre a Câmara Municipal da Praia e a praia da Gamboa

Li um excelente artigo da Senhora Ondina Ferreira no Jornal Expresso das Ilhas[[i]], que explana tudo aquilo que acredito ser o sentimento actual das pessoas que vivem na Cidade da Praia: “floresta de betão sem qualquer ordenamento”, “não há um espaço verde”, “inestéticas e feias armações, quais cogumelos, altíssimos, com vários andares, desordenados, a ocupar tudo, a tapar qualquer expectativa, ou desejo de vista para o mar”, “desrespeito pelo Plano Urbanístico”, etc.

Zezé di Nha Reinalda. O músico da sátira social

Com a independência de Cabo Verde, as músicas de intervenção, cujo propósito assenta-se na preocupação de difundir uma mensagem, foram relegadas para o plano secundário, pois haviam perdido o carácter mobilizador a que se destinavam.

CMP desenvolve segregação de classe via desurbanização e não organização territorial

Uma das coisas que mais me surpreendeu na Suíça, no Luxemburgo, etc., é a forma como a integração social, territorial é excecional. Há uma preocupação real para que qualquer cidade seja inclusiva e organizada, independentemente do nível social, étnico, económico ou financeiro. Há duas teorias de economia política que determinam o nível do Índice do Desenvolvimento Humano (IDHH) de um determinado Pais.