A situação financeira da companhia aérea pública cabo-verdiana (TACV) deve-se a atos de gestão de "duvidosa eficácia" e "danosos" de conselhos de administração, conclui o relatório parlamentar de inquérito à gestão da empresa, que responsabiliza sobretudo governos do PAICV.
O braço de ferro entre os deputados do PAICV e os do MpD na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a TACV inviabilizou esta quarta-feira, 7, a audição da antiga presidente da Associação do Pessoal Navegante de Cabine de Aviação Civil, Joaquina Almeida.
Antigo ministro da Economia, revelou ontem à CPI que investiga a gestão na TACV que o Governo da década de 90 tinha tudo preparado para a privatização da TACV em 2000, e que ao mudar de opção Cabo Verde perdeu uma grande oportunidade de negócio.
Alfredo Carvalho, o primeiro dos antigos administradores da TACV a ser ouvido hoje, 16, na CPI, revelou que no seu tempo a empresa perdeu “uma grande e única oportunidade de adquirir a Air Senegal”. E Daniel Livramento culpou o Governo do PAICV, ainda antes da abertura politica, pelo insucesso da TACV.
1. Aeroporto de Portela, duas horas da tarde. Chego com aquela canseira prazerosa que só se pode sentir quando, a caminho de casa, se escala longamente um aeroporto com loja da fnac e a sua lista dos dez mais e um moderno restaurante de cozinha tradicional que serve bacalhau com batatas a murro. Aproximo-me da habitual porta 42 ou 43. É sempre assim, quando não é uma, é outra. Lá no fundo do corredor. Deslizo o olhar através dos grandes vidros já húmidos pela chuva miudinha da Europa. Já não encontro aquele logótipo vermelho e azul, por entre as mangas que se ligam aos aviões...