Parece que o “grande debate” nas redes sociais crioulas é, nestes dias, a relação dos jornalistas com a política e os políticos. Apeteceu-me entrar neste debate colocando algumas questões de princípio, para que, de algum modo, se clarifiquem posições e se possa, de facto, polemizar de forma séria e elevada – o que não me parece estar a acontecer até agora (perdoem-me esta arrogância…). No entanto, sem muita esperança.
O Governo, baseado na Lei da Comunicação Social artigo 19º que versa sobre o exercício de direito de resposta e a Lei de Imprensa, capítulo VI sobre Direito de Resposta e Retificação, artigo 30º , vem por este meio solicitar a retificação da notícia divulgada pela Agência Lusa com o título “Relatório dos EUA assinala violação da liberdade de imprensa em Cabo Verde” e reproduzida pelos demais órgãos de comunicação social cabo-verdiana e portuguesa segundo a qual o relatório do “departamento de Estado norte-americano assinala a violação da liberdade de imprensa”.
“Policia não critica a Justiça”
O departamento de Estado norte-americano assinalou hoje a violação da liberdade de imprensa (este diário digital chamou a atenção do país na rubrica Entrelinhas, a propósito da proposta do código de ética da RTC), o abuso de força policial e mortes arbitrárias como algumas das principais problemas de Direitos Humanos em Cabo Verde em 2017.
Fala-se muito da democracia e, inclusivamente, aqui no nosso meio, temos forças política que se arrogam ser pai da democracia e da liberdade. Tudo seria verdadeiro se efectivamente houvesse fronteira entre partido e governo, que vá além da literatura e discurso.
Os primeiros textos de João de Deus Lopes da Silva que tive a oportunidade de ler foram os poemas da sua autoria constantes da colectânea antológica Jogos Florais 12 de Setembro de 1976, publicada em 1977 pelo recém-criado Instituto Cabo-Verdiano do Livro, então dirigido pelo eminente jurista e intelectual Dr. Manuel Duarte (autor do célebre ensaio “Cabo-Verdianidade e Africanidade”, bem como de um não menos conseguido panfleto anticolonial denominado “Cabo Verde e a Revolução Africana”, assinado por A. Punói e constante do seu livro póstumo de ensaios literários,...