O País assistiu em 2014/15 ao desfilar de um cortejo de denúncias públicas, em catadupas, de escândalos e mais escândalos financeiros que envolviam figuras públicas de proa do panorama político cabo-verdiano, tendo como palco não só o Parlamento, mas também a sociedade civil, através de redes sociais, jornais, rádios e televisão da época. A celeuma à volta desses escândalos atingia, de forma inequívoca, membros do governo, deputados, autarcas e figuras políticas ligadas ao sistema PAICV.
O jornal ABC Canárias alertou os empresários desse arquipélago com negócios em Cabo Verde no sector imobiliário, a abandonar rapidamente este país a fim de evitarem a perda dos seus investimentos. Em causa, a detenção de Arnaldo Silva e um despacho do Governo a anunciar a recuperação de terrenos das ZDTIs que "estavam a ser utilizados para fins meramente especulativos".
Ao Exmo.Jornal Electrónico Santiago Magazine
O advogado de Arnaldo Silva no caso em que este foi detido por indícios de práticas ilícitas na compra e venda de terrenos da Praia, José Manuel Pinto Monteiro (foto), disse o Ministério Público (MP) “está a fazer política”.
A detenção do ex-governante e ex-bastonário da Ordem dos Advogados esta quarta-feira deixou o país inteiro em estado de choque. E não era para menos. Arnaldo Silva, uma figura bem conhecida e que até foi condecorado pelo presidente da República no passado 5 de Julho, está indiciado por burla qualificada, corrupção activa, falsificação de documentos, falsidade informática e lavagem de capitais. Crimes gravíssimos que dada a sua influência e pessoas com quem se relaciona levam a prever uma erosão grossa sobretudo na classe política.
Arnaldo Silva, advogado e antigo secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro na década de 1990, foi detido ontem, quarta-feira, pela Polícia Judiciária, no seguimento de um mandado do Ministério Público por supostos indícios de burla, falsificação de documentos e associação criminosa. Silva, que passou a noite na PJ, deve ser apresentado hoje ao Tribunal para legalização da prisão.
Arnaldo Silva é "suspeito de crimes de burla qualificada, falsificação de documentos, organização criminosa, corrupção ativa, falsidade informática e lavagem de capitais".