Os profissionais de saúde em greve, em São Vicente, garantiram hoje que vão continuar a luta e fazer valer os seus direitos, mesmo com a “requisição civil exagerada" emitida pelo Governo para garantir os serviços mínimos.
Perante uma situação que põe em risco a vida da população deste município, o Governo assobia para o lado. As recentes declarações do Ministro da Administração Interna, tutela dos bombeiros e da proteção civil em todo o território nacional, segundo as quais o Governo não aceitou o pedido de requisição civil porque as partes se entenderam quanto aos “serviços mínimos” é de uma irresponsabilidade intolerável num Estado de Direito.
São já 21 dias que a cidade da Praia conta com os serviços mínimos dos bombeiros municipais, que entraram em greve por tempo indeterminado. A requisição civil formalizada pela Câmara Municipal da Praia continua ainda sem autorização do governo, situação que se afigura perigosa, tendo em conta a época das chuvas e o risco que normalmente a cidade corre nestas ocasiões.
O Governo avançou para a requisição civil de quase 270 agentes de segurança prisional, devido à greve de 168 horas daqueles profissionais, que se inicia hoje, e após falta de entendimento para serviços mínimos.
"Há algo de podre no Reino da Dinamarca", assim constatou o vigilante Marcelo na Tragédia de Hamlet. Se mudássemos Reino por Estado burguês, e Dinamarca por Cabo Verde parafraseando Shakespeare, logo veríamos que o podre, permanece o mesmo.
Os agentes prisionais iniciaram hoje uma greve nacional de 72 horas, fazendo com que a Cadeia Central da Praia, o maior estabelecimento prisional, esteja a ser vigiada por “sete dos 89 agentes no cumprimento dos serviços mínimos”.
Os bombeiros da Praia iniciaram hoje uma greve de dois dias porque, segundo o sindicato que os representa, a câmara “não está a cumprir um acordo assinado há três meses” sobre promoções, progressões e subsídio de risco.