A (in)segurança falou mais alto em 2019, mas no fim acabou por ser a Morna a pôr todo o país a cantar e a dançar com a sua elevação a Património Cultural Imaterial da Humanidade. Justiça, Sociedade, Cultura, Política e Economia são os sectores mais em destaque no país, no ano em que a seca voltou a massacrar o mundo rural. Ah, também elegemos a figura do ano.
É constatação generalizada por parte dos santiaguenses, o contínuo enfraquecimento, omissão e/ou desaparecimento de atividades económicas, culturais, sociais, de produção de conhecimentos, qualidade ambiental e de ordenamento do território o que tem conduzido à elevada taxa de desemprego dos concelhos da ilha em relação aos outros e á redução de qualidade de vida dos residentes na Praia, Santiago.
O enfermeiro Olímpio Varela vai intentar uma acção judicial contra o Estado de Cabo Verde por danos morais e negligência médica. Em causa, o facto de, mesmo perante conselhos de cardiologistas, a Junta Médica ter rejeitado aprovar a sua evacuação urgente para Portugal onde deveria efectuar exames e "estudos das artérias coronárias e eventual tratamento num centro especializado de hemodinâmica".
A Transporte Inter-ilhas de Cabo Verde (ex-Binter CV) considera que a sentença do Tribunal da Boa Vista - que a puniu com multa de 4 mil contos por recusar o transporte de um ferido - "põe em causa a segurança jurídica em que opera a companhia", pelo que, além de já recorrer às instâncias superiores, anuncia proceder "à revisão dos procedimentos" e tomar "as medidas necessárias em matéria de evacuações médicas".
O piloto português ao serviço da Binter, Nuno Miguel, condenado a um ano de prisão por não realizar uma evacuação aeromédica denunciou à Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO, sigla em inglês) que as autoridades da aviação civil cabo-verdiana deixaram, com a decisão da Justiça, de ter responsabilidades sobre os riscos para a segurança das operações.
O tribunal da Boa Vista condenou a companhia aérea Binter CV a pagar uma multa de quatro milhões de escudos por omissão de auxílio por recusa em realizar uma evacuação médica. O piloto, o português Nuno Miguel, foi conxdenado a um ano de prisão, com pena suspensa. A defesa já prepara recurso.
O piloto português da Binter, condenado a um ano de prisão, com pena suspensa, por não ter permitido uma evacuação aérea médica, diz que apenas cumpriu regulamentos nacionais e internacionais, prometendo denunciar o caso em todas as instâncias.