O banco BIC Cabo Verde (BIC-CV), participado maioritariamente pela empresária angolana Isabel dos Santos, solicitou a transformação da ‘offshore’ num banco para clientes residentes no arquipélago, segundo a administração.
O Banco de Cabo Verde (BCV) confirmou esta quinta-feira, 3, que recebeu a deliberação da administração do Banco Privado Internacional, um dos quatro bancos ‘offshore’ que funcionam no país, para a sua liquidação e que foi uma decisão voluntária dos acionistas.
O banco BIC Cabo Verde (BIC-CV), participado maioritariamente pela empresária angolana Isabel dos Santos, apresentou lucros de seis milhões de euros em 2019, um aumento de 14,8% face ao ano anterior, com apenas 11 trabalhadores. A administração do BIC-CV, opera com autorização restrita no arquipélago, apenas para clientes não residentes e considerado ‘offshore’, já admite transformá-lo em banco comercial até final do ano.
A empresária Isabel dos Santos acusou hoje Angola e Portugal de terem usado como prova no arresto de bens um passaporte falsificado, com assinatura do mestre do kung-fu e actor de cinema já falecido Bruce Lee.
O primeiro-ministro explicou hoje que a decisão de acabar com bancos de licença restrita não tem nenhuma relação com o Luanda Leaks, investigação jornalística que envolve um dos bancos a laborar nessas condições em Cabo Verde.
Antes do vazamento de informações – Luanda Leaks – relativas a transações da filha do Ex presidente angolano – Isabel dos Santos, e também antes da instrução de processo contra aquela pela procuradoria angolana, a ex-eurodeputada Ana Gomes já vinha sistimaticamente denunciando os negócios da milionária africana, alegando estar afetado de ilegalidade a origem do seu dinheiro.
O Governo autorizou em 2013 a instalação do BIC, da empresária angolana Isabel dos Santos, enquanto instituição financeira internacional, apenas para clientes não residentes, alegando que os promotores eram então “pessoas de mérito”. Agora que explodiu o escândalo do 'Luanda Leaks', o BCV informa que o banco BIC Cabo Verde está a ser inspeccionado pelo banco central há algum tempo e que apresentou lucros de mais de 5 milhões de euros em 2018, tendo apenas 12 trabalhadores.