“É preciso treinar o olhar e aprender a ver, através do tempo, toda essa fina interligação que existe entre as coisas à nossa volta”
Ulisses Correia e Silva está sendo substituído como primeiro-ministro pelo ministro das Finanças, Olavo Correia, e o presidente da CMP, Óscar Santos, está sendo substituído pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva.
A venda do Liceu da Várzea e a consequente construção da Embaixada dos Estados Unidos da América paredes meias com o Palácio do Governo continua na agenda mediática. Muita tinta já se fez correr sobre este assunto, que tem mexido com a sociedade cabo-verdiana de alto a baixo. Desta feita, o antigo primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves (JMN), saiu do anonimato para também falar da sua justiça. Não é a favor da construção da Embaixada dos EUA nas imediações do Palácio do Governo.
"Na lógica do MpD, se o EUA (parceiro estratégico de Cabo Verde) pedir para construir a sua Embaixada no Liceu Domingos Ramos, também venderia"?
É fundamental aportar ideias ao debate político em Cabo Verde. Temos estado a discutir casos, sem ideário, nem causas, nem visão de mais largo prazo.
1. Tomemos como ponto de partida a seguinte ideia: o problema não está diretamente na “venda do liceu”. O problema estará no “significado da venda do liceu”. O problema é mais abrangente, está em muito do que se situa à volta do processo e a forma como foi e tem sido conduzido. Forçosamente, teremos de olhar para todos os lados desta venda. O filósofo Ortega y Gasset dá razão a esta forma de olhar à volta quando profere a conhecida frase: “eu sou eu e as minhas circunstâncias”. As circunstâncias têm o poder de definição e entendimento. Além de olhar à volta,...
Ensina o vulgo que desculpas, mesmo que sem fundamento, devem ser dadas. Mas uma coisa é certa: a venda do liceu da Várzea não tem qualquer semelhança com a venda da Escola de Negócios e Governação (ENG). São atos diferentes, com envolvimento de protagonistas diferentes. O governo anterior não teve qualquer intervenção na venda da ENG, segundo documentos chegados à redação de Santiago Magazine. De modo que, aqui o estafado truque "tu fizeste eu fiz também" não se aplica.