O vice-primeiro ministro e ministro das Finanças disse ontem, 13, em entrevista à TCV, que passou as acções que tinha na Tecnicil Indústria para a companheira há cinco anos. Sucede que, na declaração apresentada no Tribunal Constitucional relativa a 2016, Olavo Correia ainda constava como titular de 5% da empresa e de mais 5% como accionista da Tecnicil SGPS.
O Ministério Público de Cabo Verde começou a fazer buscas e abriu processos-crime contra instituições públicas que não têm disponibilizado informações em diligências feitas no âmbito de algumas investigações, revelou hoje o Procurador-geral da República, Óscar Tavares.
A Procuradoria-Geral da República acaba de confirmar que está um curso um processo de averiguação no âmbito do alegado favorecimento do vice-primeiro ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, a uma empresa de que é acionista e foi administrador - a Tecnicil.
"Tirem o cavalinho da chuva", afirmou à comunicação social o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, defendendo que o vice-primeiro ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, acusado de favorecer a Tecnicil, de que é acionista, vai manter-se no Governo.
O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, tem uma participação de 10% na Tecnicil, empresa de que foi administrador e que está a ser acusada de proteccionismo por parte do governante, através do aumento de taxas alfandegárias. Nos registos de interesses depositados no Tribunal Constitucional, consultados pela agência Lusa, Olavo Correia declarou ligações ao grupo, até agora o principal beneficiário do aumento das taxas de importação de leite decretadas pelo atual governo.
Mal saiu a notíca de que, afinal, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças é também accionista da Tecnicil - empresa que supostamente estará a ser protegida pelo Governo no comércio do leite - o PAICV pediu hoje no Parlamento a demissão imediata de Olavo Correia. Mas, o MpD prefere segurar o seu número 2 no Governo.
O mote é a elegada investigação judicial sobre o vice-primeiro ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, por eventualmente pretender beneficiar a Tecnicil, empresa onde foi administrador, com as medidas de agravamento das taxas aduaneiras sobre os laticíneos, aprovado em sede do orçamento do Estado para o ano de 2018. Jorge Carlos Fonseca, entende que o Ministério Público tem um papel muito importante na fiscalização e repressão de ilícitos e que não pode excluir áreas de intervenção social ou política.