Faustino Imbali, primeiro-ministro nomeado pelo Presidente cessante da Guiné-Bissau, mas rejeitado pela maioria da comunidade internacional, demitiu-se do cargo esta sexta-feira. Enquanto isso, a CEDEAO decidiu hoje reforçar a força militar na Guiné-Bissau e advertiu o Presidente de que qualquer tentativa de usar as forças armadas para impor um acto ilegal será “considerada um golpe de Estado”.
Faustino Imbali, primeiro-ministro da Guiné-Bissau indigitado por José Mário Vaz sob forte contestação da comunidade internacional, terá emitido esta quinta-feira um comunicado a repudiar as declarações proferidas ontem pelo ministro cabo-verdiano dos Negócios Estrangeiros, Luis Filipe Tavares, de que Cabo Verde reconhece como sendo primeiro-ministro da Guiné, Aristides Gomes.
O Governo cabo-verdiano “alinha perfeitamente com a comunidade internacional”, designadamente a CPLP, a CEDEAO e o Conselho de Segurança das Nações Unidas e reconhece o executivo de Aristides Gomes como o legítimo da Guiné-Bissau. A posição de Cabo Verde foi manifestada esta manhã à imprensa pelo ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), que é também tutela da Defesa, Luís Filipe Tavares, após o desfile militar, realizado na Avenida Amílcar Cabral, no Platô, para comemorar o Dia da Defesa Nacional, que se celebra hoje, 6 de Novembro.
A Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) acaba de dar um prazo de 48 horas aos membros do Governo guineense do primeiro-ministro Faustino Imbali para se demitirem, caso contrário sofrerão “sanções pesadas”.
O ex-Presidente cabo-verdiano Pedro Pires considerou esta terça-feira, 5 de novembro, que a Guiné-Bissau ainda paga o “custo da luta armada que fez”, na influência política nas Forças Armadas e lamentou que “as melhores lideranças” não tenham podido chegar ao poder.