“Tendo em conta que a MLD violou, de forma flagrante e reiterada, as obrigações (…) não resta ao Estado de Cabo Verde outra saída que não seja a de proceder à resolução” dos contratos, lê-se numa decisão do Conselho de Ministros, sobre o investimento de 250 milhões de euros, anunciado há 10 anos, mas nunca concluído. Há cerca de um ano, numa entrevista à televisão de Hong Kong TVB, o presidente e diretor executivo da Macau Legend Development (MLD), Li Chu Kwan, disse que o grupo pretendia fechar os projetos em Cabo Verde e Camboja até 2025.
Moradores na capital cabo-verdiana disseram à Lusa que o desemprego deve ser tema prioritário na campanha eleitoral que decorre no país, a caminho das eleições autárquicas de 01 de dezembro, a par da habitação e segurança.
Frustrada a campanha de mentiras e acusações levianas, restava ao Comissário do Governo e ao MpD criar uma (falsa) perceção de “onda de vitória”, através da contratação de figurantes para as suas deambulações pela cidade. Dezenas de pessoas pagas ao dia e com todas as despesas incluídas passaram a seguir Abraão por bairros e pelas principais artérias, transmitindo uma falaciosa imagem de força e inundando o espaço público com barulho.
Esta campanha eleitoral chegou ao grau zero da luta política (com o absoluto imobilismo das autoridades eleitorais do país), recorrendo a tudo por lógicas de poder, utilizando métodos próprios do extremismo de direita que, aos poucos, foi ocupando o cenário político mundial, e que, no seu mais recente episódio ocorrido ontem, não se inibiu de, em nome da candidatura ventoinha, juntar arruaceiros em frente aos Paços do Concelho exigindo a chave da autarquia…
O Mecanismo de Alerta Precoce e Resposta dos países da África ocidental, que analisa situações que ameacem a paz e segurança, tem desde hoje um centro de coordenação em Cabo Verde, segundo um decreto-lei publicado em Boletim Oficial.
A selecção nacional de futebol empatou hoje com a sua congénere do Egipto (1-1) e hipotecou o sonho da passagem à fase final do campeonato Africano das Nações de 2025.
A reforma do modelo autárquico não é apenas uma questão de austeridade, mas de justiça, transparência e eficiência. Para isso, é necessário um esforço conjunto da sociedade civil, das autoridades judiciais e dos próprios líderes políticos, que devem demonstrar um compromisso genuíno com a ética e o bem-estar público. Afinal, o país não pode suportar indefinidamente o luxo de eleições dispendiosas e uma administração local marcada por privilégios e ineficiências. O futuro de Cabo Verde depende de escolhas mais responsáveis e sustentáveis.