O PAICV acusou o Governo esta manhã, 20, em conferência de imprensa, de estar a ter uma atitude de retaliação contra a Provedoria de Justiça ao não aprovar o aumento da verba destinada ao funcionamento desta entidade para o ano 2019. Os tambarinas ainda exortaram o Executivo a pôr fim aos ataques aos órgãos de comunicação social privados por estes colocarem em risco “as conquistas de Cabo Verde na edificação de um Estado de Direito Democrático sério e respeitável”.
Duas notas prévias. (i) A comunicação social privada não está à venda. Ela não se vende. Jamais! (ii) O INE é uma instituição do Estado de Cabo Verde, trabalha com dinheiro do Tesouro Público, para servir os cabo-verdianos. De modo que, os dados produzidos pelo INE não são do INE e nem de outra entidade qualquer, seja governo, seja ministro, seja João da esquina, mas sim do Estado de Cabo Verde, e logo, desta nação, deste povo. Para que fique claro!
As declarações do Ministro Abraão Vicente acerca dos jornalistas que exercem nos órgãos privados de comunicação social, proferidas nesta segunda-feira, 17 configuram um “atestado de incompetência” e ignora o seu contributo “na defesa do direito constitucional dos cidadãos à informação e na promoção da liberdade de imprensa”, afirma a AJOC, que revela ainda a sua “preocupação em relação ao protocolo rubricado ontem entre o INE e a INFORPRESS” por “considerar que essa medida viola a liberdade de acesso às fontes de informação e põe em causa o pluralismo...
A direcção da Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) classificou de “frágil e imperfeito” o sistema da democracia cabo-verdiana e acusou o Governo de “condicionar o trabalho dos jornalistas”, mediante a “instrumentalização dos órgãos públicos”.
Cabo Verde é uma democracia recente. Não obstante o país figurar na posição 33º no ranking das democracias a nível mundial, o sistema é ainda frágil, imperfeito, ou, como preferem dizer os politólogos, é mais formal do que substantiva. Falar sobre o papel dos media na promoção da democracia em Cabo Verde, obrigam-nos a sobrevoar, ainda que de forma meteórica, o contexto politico, social, económico e cultural que enforma a paisagem mediática nos últimos 40 anos.
Nice Nailantei Leng'ete foi considerada, pela revista Time, uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2018.
É um novo tempo. É tempo de mudança. É tempo do enraizamento! Não podemos deixar a mudança alterar-se para ainda mais violações de direitos, desrespeitos, desconsiderações e intolerâncias.