1. Um balanço, por mais breve que seja, mas que declara o falhanço do municipalismo em Cabo Verde, será sempre doloroso para os pioneiros que idealizaram e criaram as bases para o arranque do movimento autárquico nestas ilhas atlânticas. Pior ainda, num país quase completamente avesso a avaliações. Acontece que a avaliação do municipalismo ganhou carácter de urgência porque está-se a projetar novos saltos e fugas para a frente, acumulando mais erros ao processo de descentralização que nasceu muito torto. Nesta avaliação, tem de se evitar dramas porque, em princípio, os...
No dia 13 de Janeiro de 1991 foram realizadas as primeiras eleições livres e multipartidárias em Cabo Verde depois de quase quinze anos de vivência num regime autoritário iniciado após a declaração da independência em 5 de julho de 1975. Pontuando esses dois acontecimentos fundamentais da nossa história politica e social, devemos ainda refletir as nossa ações perante a sociedade e o Estado, e também, como seres inseridos numa sociedade regida por normas e leis.
A presidente do maior partido da oposição cabo-verdiana (PAICV), Janira Hopffer Almada, disse hoje que o partido quer priorizar o poder local no país, onde nunca ganhou umas eleições autárquicas, apesar de ter estado 15 anos no poder governamental.
Numa altura em que a regionalização é tema de capital importância política no país, importa reflectir sobre o municipalismo em Santiago. Ou, dito de outro modo, como as câmaras municipais, pelo menos em Santiago Sul, podem criar sinergias e crescer sem competir entre si.
No dia 1 de Janeiro de 1994, entrara em vigor, a lei que cria o município de São Domingos, cujos propósitos teoricamente ainda são estes:
Com a regionalização a entrar novamente na ordem dia, Santiago Magazine foi conversar com José Jorge Costa Pina, presidente da Pro-Praia e membro do Conselho Consultivo da Associação Voz di Santiago sobre as propostas existentes e que, seguramente, vai redesenhar a organização do Estado em Cabo Verde.
Numa altura em que todos os discursos estão a desembocar em regionalização do país, entendo não ser despiciendo tirar um tempo para dissertar sobre este assunto que, diga-se, vem dominando a agenda pública, embora esta minha modesta intervenção persegue outros eixos e outras dimensões.