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Estratégia de ontem, urgência de hoje!*
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Estratégia de ontem, urgência de hoje!*

Ainda eram os Presidentes de Câmara, Orlando Sanches- Santa Cruz, Manuel Ribeiro - Maio, João Duarte- São Miguel, João Domingos - Tarrafal, Francisco Tavares - Santa Catarina, João Baptista Pereira- São Salvador do Mundo e Vítor Baessa - São Lourenço dos Órgãos, já se falava no Eixo Sotavento, ou seja, a construção de uma rede comercial entre as ilhas de Santiago, Maio, Fogo e Brava, bem como, os Concelhos de Santiago Norte, com epicentro em Santa Cruz.

Falou se do epicentro em Santa Cruz, não só pela beleza do Concelho, mas sim pela localização estratégica e potencial econômico que tem este Concelho. Estamos a falar do Concelho celeiro de Cabo Verde. Lembramos que Santa Cruz detém a Ribeira mais produtiva do país (Ribeira dos picos), com duas Barragens: Poilão e Figueira Gorda, para além de fortes probabilidades de construção do Porto de águas profundas e da primeira Central de compras do país. Santa Cruz, pode servir de ponte comercial entre os Concelhos da Ilha de Santiago, da Ilha de Santiago com a Ilha do Maio e da Ilha de Santiago com a Ilha do Fogo, utilizando o corredor- Cancelo, Jalalo Ramos, Boa entrada, Ribeira da Barca, um corredor com duas Barragens ao longo do percurso.

Antes não havia Covid-19, o país apostava fortemente no turismo, nas infraestruturas de acesso, equipamentos sociais e formação profissional em diversas áreas.

No atual contexto a estratégia passa pela aposta na agricultura, na pecuária, na transformação agro-alimentar, na indústria, de modo a garantir a diversificação da economia, sem descurar, formação e capacitação profissional dos jovens vocacionados para estas áreas. Para que isso aconteça, é preciso apostar na mobilização de água, no programa de fomento empresarial para as micro e pequenas empresas do setor agro-pecuário, bem como no financiamento de projetos ligados à indústria alimentar. Isso, por forma a aumentar a produção, sendo também necessárias melhorias nas estradas de penetração e que possa permitir o escoamento dos produtos e o crescimento e diversificação da economia.

Falando das estradas de penetração, congratulamo-nos com a construção da estrada da Ribeira dos Picos, de entre-Picos-de-Reda, assim como o troço da estrada Monte Preto - Barragem da Figueira Gorda, mas é fundamental a construção/requalificação de todo o troço Cancelo - Boa Entrada. Também, as estradas de ligação Achada Leitão- Jalalo Ramos- Rebelo Abaixo- Serelho demandam melhorias, permitindo às famílias dessas localidades uma nova esperança, particularmente o poder de desenvolver a sua actividade económica.

Num momento em que o caminho passa pelo turismo interno, o incremento da actividade económica nas aldeias, as infraestruturas de acesso, bem como a criação de condições para evitar o exôdo rural é fundamental.

Manter a pastagem e produção de leite, queijo, carne e ovos, em Achada Ponta (Santa Cruz), Pedro Vaz e Ribeira Don João (Maio), Achada Leite (Santa Catarina), Montanha (São Lourenço dos Órgãos), Trás de Monte (Tarrafal de Santiago), Chã das Caldeiras e Monte Largo (Fogo), e fazer com que esses produtos cheguem com facilidade e qualidade a estas quatro Ilhas deve passar a ser natural.

A distribuição do pescado que chega a Rubom Baleia (Santa Cruz), Porto de Calheta (São Miguel), Praia de Mangui (Tarrafal), Porto de Ribeira da Barca e Rincão (Santa Catarina), Bitchi Rotcha (Maio), Porto de Vale dos cavaleiros (Fogo) e Porto de Furna (Brava), deve ser feito através de canais de distribuição que devolvam a confiança aos Homens do Mar.

O Mundo mudou, as prioridades se alteraram, a estratégia tem de ser outra e neste novo mundo Pós Covid-19, aquilo que ontem era apenas uma estratégia do futuro, transformou- se na urgência de hoje!

*Texto original publicado pelo autor no facebook.

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Redação