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Reservas de Cabo Verde caíram 45 milhões de euros e garantem sete meses de importações
Economia

Reservas de Cabo Verde caíram 45 milhões de euros e garantem sete meses de importações

O Banco de Cabo Verde alertou para a “contínua deterioração das contas externas”, após o ‘stock’ das Reservas Internacionais Líquidas (RIL) ter caído 45 milhões de euros no primeiro trimestre, passando a garantir sete meses de importações.

Num relatório recente do banco central consultado hoje pela Lusa, com indicadores económicos e financeiros, é referido que essa quebra provocou que as RIL passassem a cobrir, no final de março, sete meses de necessidades de importações de bens e serviços projetadas para 2021, quando no final de 2020 garantiam 7,8 meses.

“O persistente agravamento da balança corrente estará a justificar a deterioração das contas externas nos primeiros meses do ano face ao quarto trimestre do ano passado, de acordo com os dados preliminares disponíveis”, admite o Banco de Cabo Verde.

Embora sem quantificar o valor atual desses reservas, o Banco de Cabo Verde referiu anteriormente que em novembro de 2020 as RIL do país rondavam os 600 milhões de euros.

Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da ausência quase total de turismo - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19, tendo fechado o último ano com uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB.

Neste relatório, o Banco de Cabo Verde acrescenta que a balança corrente cabo-verdiana – que contabiliza quanto recebe e paga Cabo Verde ao estrangeiro no comércio de bens, serviços, rendimentos de trabalhadores, investimentos, transferências correntes ou remesses de migrantes - registou no último trimestre do ano passado um défice de 8.731 milhões de escudos (78,8 milhões de euros).

Esse desempenho compara com o excedente de 953 milhões de escudos (8,6 milhões de euros) do quarto trimestre de 2019.

A redução das exportações de viagens, de transportes e de víveres, bem como de combustíveis nos portos e aeroportos internacionais, “a par da redução dos donativos em 78%, explica a significativa deterioração do défice corrente”, sublinha o banco central.

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