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COVID-19: Momento de Solidariedade em Busca de Sobrevivência
Ponto de Vista

COVID-19: Momento de Solidariedade em Busca de Sobrevivência

O dezembro de 2019 foi marcado pelo surto do vírus conhecido como coronavirus ou simplesmente COVID-19 como foi denominado pela Organização Mundial de Saúde – OMS. Tanto o senso comum quanto a ciência não tinham imaginado que o novo momento de “solidariedade internacional” seria para o combate ao inimigo secreto que surgiu na China, espalhou-se pela Europa e América do Norte e timidamente tem-se proliferado pelo continente africano e a América latina.

O COVID-19 desafiou todos aqueles que defendiam que o maior inimigo de um Estado é o país vizinho que a todo custo investe de forma drástica no setor militar em detrimento da educação e saúde. Ademais, o militarismo durante muito tempo foi principal foco dos estudos das relações internacionais e seus teóricos, mas acredito que após essa crise da pandemia haverá muitas mudanças tanto no foco de estudos como também na forma dos Estados se relacionarem. Os estadistas da mainstream pensavam na possibilidade de parceria internacional apenas no setor da segurança (militarização). Ora, parece-me que essa limitação foi um equívoco dessa corrente teórico. Efetivamente, o que o militarismo garante é a segurança, porém jamais conseguiria garantir a seguridade social e a COVID-19 é prova disso, ou melhor, surgiu para mostrar as fragilidades da humanidade e do pensamento militarizado global.

Diante disso, afirmo que a seguridade social da nação sempre esteve em ameaças (desde primeira e segunda Guerra Mundial), principalmente depois da inserção do capitalismo moderno, cujo, as empresas nem se quer tem a mínima preocupação com os valores e princípios humanos. O Estado neste sistema tenta garantir os objetivos mínimos determinado por Adan Smith e isso mostra o quanto existe uma crise de valorização dos princípios humanos.

Parcela de especialistas pensavam numa possível Terceira Guerra Mundial, mas o que temos hoje nesse momento é a guerra de um contra todos, ou seja, coronavírus contra a humanidade/sociedade. Essa guerra na qual acreditamos que a ciência vai vencer o mais breve possível.

Os fieis religiosos apelam pela cura milagrosa, porém isso me parece bem distante porque um dos países mais afetados é um dos centros do cristianismo e podíamos pensar que se existisse uma cura milagrosa a pandemia passava bem distante daquele país. As lideranças nacionais preocupado em salvar a economia esqueceram que na China durante os últimos meses de 2019 todos os investimentos estavam voltado para o Combate a COVID-19. O problema é que todos acreditavam que tal vírus não ia expandir para gerar caos mundial. A resposta foi breve em menos de 6 meses o mundo parou e a economia estagnou e não temos conseguido fazer a circulação de mercadorias com normalidade.

Os matemáticos e estatísticos todos os dias contabilizam números de mortos e casos que testam positivos ou negativos do novo COVID-19. Alguns pesquisadores das diversas áreas utilizam esses dados para fazer uma análise comparativo, a partir dos instrumentos geopolíticos para entender essa diferença entre o Ocidente e não Ocidente, buscando uma explicação sobre essas disparidade de contaminados no Norte em detrimento do Sul.

Os economistas estão preocupado com a eliminação do vírus como forma de salvar a economia, já que as empresas estão parados e a economia não está tendo circulação. Dessa forma, eles pensam o futuro da economia após essa crise e como vai ser gerido essa crise até conseguimos uma normalidade sociopolítico, socioeconômica e socioambiental. Salienta-se que a única economia que se movimenta é a de saúde que necessita da intervenção do Estado para tentar salvar o máximo de vidas possíveis.

O turismo se congelou e por vezes está comprometendo a biodiversidade a exemplo da Austrália que tem preocupado os biólogos e ambientalistas. Além disso, os Estados cujo o base do seu PIB é o turismo, resta-nos perguntar qual é o seu destino após essa crise da pandemia? Será que conseguiria ganhar confiança e atrair visitantes? Ora, acredito que isso o tempo dirá e o governo tem que estar consciente disso e traçar estratégias que possibilita a reinserção do país nas rotas do turismo e na economia mundial.

Os sociólogos e cientistas sociais estão preocupados com as consequências dessa pandemia para a sociedade. Seus maiores preocupação está voltado para aqueles que pertencem ao grupo de riscos e a vulnerabilidades socioeconômicas. De certeza que os internacionalistas/analistas internacionais estão à procura de uma explicação para tais fenômenos já que suas teorias não tinham previsto isso. Neste momento qualquer solidariedade é bem-vindo, pois o inimigo já demonstrou que não importa a geografia, a sexualidade, a classe social, a raça entre outros categorização. Ele ataca todos e todas que não tomarem medidas de prevenção e aqueles que por irresponsabilidade de um ou de outro não seguiu as instruções dada pela OMS e os profissionais de saúde.

Os profissionais de saúde seguindo as orientações de OMS estão nas ruas e são um dos poucos setores que não podem manter o isolamento social porque precisam salvar vidas. Nós enquanto sociedade civil em vez de fazer a nossa parte estamos nos botecos, nos bares, nos restaurantes, nas praças públicas, no almoço em famílias entre outras formas de aglomeração de baixo nível.

O isolamento social não foi a melhor solução (a longo prazo), principalmente para aqueles que não tem um salário fixo e garantia salarial em casa, porém essa medida de contenção foi a melhor saída enquanto os pesquisadores e cientistas não descobriram o medicamento que elimina o vírus de forma mais eficaz e eficiente. O COVID-19 hoje é o inimigo número 1 da sociedade, por isso precisamos lutar todos contra ela. Neste contexto, acredito que o militarismo não salvará qualquer nação desse flagelo, o que torna uma urgência a criação de projetos globais de contenção ao COVID-19 e repensar a humanidade.

A grosso modo, convido a elite governamental a repensar as forma de proteção do Estado e garantia de seguridade social dos seus cidadãos, por meio de investimento em saúde, educação, tecnologias etc. e deixar essa obsessão pelo militarismo. As tecnologia sempre são bem-vindos diante da globalização, entretanto, temos que saber como usá-lo para salvar vidas e fazer com que coronavírus não expande, ou seja manter o isolamento social e socializar por meio de redes sociais, apoiar aqueles que necessitam através de plataformas tecnológicos bancários entre outra formas.

#Quanto menos contato interpessoal mais rápido esse momento medonho e temerosa passa.

* Bacharel em Humanidades e em Relações Internacionais Pela Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – UNILAB e Mestrando em Economia pela Universidade Federal da Bahia – UFBA. Contacto: danilsonivandro@gmail.com

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Redação