CN do PAICV quer paz entre os camaradas. Quem cederá primeiro?
Política

CN do PAICV quer paz entre os camaradas. Quem cederá primeiro?

Conselheiros do partido tambarina, reunidos este sábado e domingo, na Praia, recomendam ao diálogo entre sensibilidades opostas no PAICV de modo a pacificarem o ambiente interno.

O Conselho Nacional do PAICV, que esteve reunido hoje na Cidade da Praia, sugeriu aos “camaradas” desavindos para que se sentem à mesa e dialoguem para a paz no seio do partido. O CN, segundo o porta-voz do encontro, pediu aos protagonistas para colocarem o partido no centro e os interesses dos cabo-verdianos em, primeiro lugar.

“A recomendação do CN é de trabalharmos para criar um ambiente de diálogo, que possa favorecer a pacificação e ultrapassar questões conjunturais e pessoais para podermos centrar na organização do partido, o seu fortalecimento, coesão e unidade do PAICV, para que possamos apresentar uma oposição forte, credível e que esteja efectivamente ao serviço dos cabo-verdianos”, afirmou João Baptista Pereira, um dos três vice-presidentes do partido da estrela negra.

Pereira referia-se aos recentes acontecimentos na maior região política do país, Santiago Sul, que levou à queda do órgão e abriu uma guerra entre a CPRSS e a cúpula do partido. Um conflito que, além de discutido em praça pública, traz de novo à tona a disputa pela liderança do PAICV, estando de um lado a actual direcção liderada por Janira Hopffer Almada e o grupo encabeçado por Felisberto Vieira, que, praticamente, não reconhece JHA como sua líder e tenta fazer tudo para a derrubar.

Os conselheiros lembram que o PAICV “é um grande partido, com histórias e de causas, que têm a ver essencialmente com Cabo Verde e os problemas dos cabo-verdianos”. “O apelo que fazemos é que todos os camaradas se concentrem nas questões essências do país, fiscalizar a governação do país e exigir que o governo cumpra os compromissos de campanha e que os problemas dos cabo-verdianos sejam resolvidos. Tudo resto vai ser secundarizado e resolvido”, assegurou.

No seu entender, as divergências pessoais e conjunturais entre “camaradas do partido” por mais históricos que sejam, por serem pessoas humanas estão susceptíveis a erro, por isso pede que os mesmos renunciem ao “próprio ego” e se preocupem com os interesses do partido e dos cabo-verdianos.

Questionado se a situação que o partido está a viver de momento não põe em causa a liderança de Janira Hopffer Almada, responde: “Creio que de modo algum, temos uma liderança que foi legitimada duas vezes num curto espaço de tempo”.

Para a presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, o foco do partido, de momento, é a defesa dos interesses do povo e da Nação cabo-verdiana. E que o partido que dirige tem de fazer uma “oposição forte”, que implica um partido organizado, com gentes idóneas e credíveis, militantes motivados, uma agenda e bandeiras.

“Estamos a trabalhar, sobretudo, para o fortalecimento do PAICV em bases sólidas, desde a reorganização das estruturas, dos grupos de bases chegando aos órgãos sectoriais, regionais até nacionais.

O que acha da crise em Santiago Sul? A líder limita-se a dizer que em situações de conflito, elas devem ser encaradas como algo que sucedem nas organizações e devem ser resolvidas em órgãos próprios, ou seja, nos órgãos jurisdicionais do partido.

Os sinais vindos do Conselho Nacional é de que o PAICV tem de reencontrar a paz interna pela via do diálogo. No primeiro dia da reunião do CN, os conselheiros pressionaram Nelson Centeio presidente da CPRSS, cuja direcção caiu, de tal forma que o político teve que abandonar a sala. Enfim, as vontades dos membros do CN poderão não ser suficientes ainda para porem as hostes sentados à mesma mesa. E se acontecer, quem cederá primeiro?

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