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Ensino à Distância – O Jogo do faz de conta
Ponto de Vista

Ensino à Distância – O Jogo do faz de conta

Circula nas redes sociais, uma nota de 8 páginas do Ministério da Educação (ME) dirigida a todos os Delegados, dando orientações sobre a implementação de Ensino à Distância (EaD), como alternativa para ocupar os professores e entreter os alunos.

Esta medida apanhou todo mundo de surpresa, porque o ME havia dito que vários cenários estavam em cima da mesa, porém, ninguém esperava que a ministra iria optar justamente pelo cenário mais improvável – Ensino à Distância.

A surpresa foi ainda maior porque o ME não socializou a ideia com os sindicatos (SINDPROF e SINDEP) que representam a classe docente, não se preocupou em ouvir os pais, tão pouco os professores.

E quando é assim, e como estamos a viver sob o Estado de Emergência, a colaboração de todos exige-se.

Sendo assim, vamos todos entrar numa jogada do faz de conta, que é a seguinte:

  1. Cabo Verde é realmente o 'Japão de África' e, portanto, não há nenhum problema em implementar o EaD;
  1. Todos os Delegados vão conseguir pôr em prática, todas as orientações prescritas na nota/refª27/DNE/2020;
  1. As condições humanas e materiais já haviam sido criadas pelo ME, logo que o vírus entrou no país, graças ao programa Mundu Novu;
  1. Todas as escolas e concelhos do país conseguem aplicar o EaD, sem dificuldades;
  1. Os professores já estão na preparação metodológica à distância (13 a 17 de abril), conforme prevê a dita nota;
  1. Todos os professores e todos os alunos dominam muito bem as comunicações via Skype, messenger, viber, e-mail, WhatsApp e ZOOM web conferências;
  1. Os pais gostam muito desta decisão porque finalmente os filhos vão estar muito bem ocupados;
  1. Os alunos também adoram a ideia porque, até que enfim vão poder estrear os novos equipamentos oferecidos e também ver os seus queridos professores;
  1. O país sobe na estatística da UNESCO como sendo o primeiro PALOP e segundo da CPLP a aplicar o EaD, neste período da crise;
  1. A Comunidade Internacional irá reconhecer que Cabo Verde é realmente um modelo na aplicação de uma “Educação inclusiva e de qualidade sem deixar ninguém para trás”.

Assim, como dizia a minha colega Lígia Herbert, vamos continuar a viver num país das maravilhas, mas, claro está, sem a ALICE.

P.S. As fichas e apostilas já estão nas delegações que deverão fazê-las chegar a todos os alunos através de bombeiros e ambulâncias.

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Redação