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Cabo Vede é 30º país africano com melhor ambiente de negócios em 2020
Economia

Cabo Vede é 30º país africano com melhor ambiente de negócios em 2020

Onde investir em África em 2020? Um banco sul-africano elencou uma lista de 54 países da África com melhor ambiente de negócios este ano. Cabo Verde está na segunda metade da tabela.

O banco de investimento sul-africano RMB Investments publica anualmente o seu barómetro dos países africanos onde será bom investir. Este ano de 2020, de acordo com o RMB Investments, as atenções dos investidores deverão centrar-se no Egipto, que encabeça a lista dos países africanos com maior atracção de investimento estrangeiro. Logo a seguir aparece Marrocos, que subiu um lugar destronando a África do sul, que completa o pódio de países mais atraentes ao investimento.

E Cabo Verde? O nosso país está na 30ª posição, entre 54 países do continente africano, ou seja na segunda metade da tabela das nações africanas com melhor ambiente de negócios, conforme o critério do RMB Investment. Ao ocupar o 30º lugar no ranking, Cabo Verde se destaca como o terceiro PALOP com melhor condições de atrair investimentos - atrás de Angola (21º) e Moçambique (22) -, acima de São Tomé e Príncipe, que aparece no 43º lugar, e da Guiné-Bissau, 45º no ranking. A Guiné Equatorial é, segundo o RMB, o pior país africano para se investir em 2020, ocupando o último lugar (54º).

A nível da nossa sub-região, Cabo Verde é 9º entre os 15 países da CEDEAO, estando a perder para a Costa do Marfim, Nigéria, Mali, Senegal, Burkina Faso, Benin, Niger e Guiné-Conakry.

Cabo Verde adoptou um dos regimes de investimento mais abertos de África desde os inícios de 2000, e que proporcionou um investimento directo estrangeiro sólido. No entanto, escrevia o expresso das Ilhas em 2018, "o arquipélago continua a ter um desempenho abaixo da média entre os países de rendimento médio, quando comparado o IDE com o tamanho do PIB doméstico".

O mesmo jornal referia que o Investimento Directo Estrangeiro teve um impacto de transformação na economia e foi instrumental para o desenvolvimento da indústria do turismo (quase 45 por cento do PIB e 40 por cento dos empregos). Teve também um papel chave no sector das pescas, um dos que mais contribuí para o sector das exportações. "Na verdade, sem o IDE é muito improvável que Cabo Verde tivesse conseguido a graduação a país de rendimento médio em 2008", diz o relatório da UNCTAD.

O IDE teve grande influência na história económica recente de Cabo Verde. Enquanto os fluxos de IDE foram insignificantes no pós-Independência, as reformas feitas a partir de meados dos anos 90 abriram a economia ao capital privado estrangeiro. Entre 1992 e 2000, o país atraiu mais de 190 milhões de dólares em IDE, metade deste valor conseguido através das privatizações. Com a contínua implementação de políticas económicas, com a manutenção da boa governação e com a situação económica mundial favorável, o país passou para a fase em que o IDE conduziu ao crescimento económico. Nessa altura, registaram-se fluxos sólidos, principalmente direccionados para o sector do turismo, com picos nos anos de 2008 (mais de 200 milhões de dólares em IDE), 2011 (cerca de 160 milhões de dólares) e 2014 (cerca de 130 milhões de dólares).

De acordo com os dados disponíveis, ¾ (mais de um bilião de dólares) do fluxo de investimento estrangeiro entre 2001 e 2017 foi direccionado para a indústria do turismo.

Ranking do RMB Investment

Egipto, Marrocos e África do Sul são os melhores países para se investir em 2020, segundo o RMB Investment. O Quénia vem na 4ª posição geral, logo à frente do Ruanda. O Gana está na 6ª posição e regista a melhor progressão com um salto de 3 lugares. Depois vêm a Costa do Marfim (mesma progressão de 3 lugares), a Nigéria, que permanece inalterada na 8ª posição, enquanto a Etiópia retrocede para o 9º lugar (queda de 5 posições) e a Tunísia, fecha o Top 10.

Há nove anos que o banco sul-africano RMB Investment elabora esse ranking a investidores que procuram oportunidades de investimento no continente africano ou desejam encaminhar aqueles que já lá estão para mercados potencialmente mais atraentes. Para obter esta classificação, o banco agrega os dados macroeconómicos dos países com a prática do “Doing Business”.

"Nunca deixamos de ficar satisfeitos e surpresos com a extensão da melhoria nos países que não são necessariamente percebidos como destinos favoráveis ​​ao investimento". Nesta categoria, o RMB identifica Guiné Conakry, Moçambique e Djibuti, que registraram os ganhos mais significativos, graças a avanços significativos em certos aspectos de seu ambiente de investimento.

Por outro lado, o relatório também aponta para países que estão perdendo atractividade para os investidores. Entre os bons alunos, a África do Sul, Etiópia e Tanzânia registraram quedas. A África do Sul também está passando por uma desaceleração cíclica.

A República Democrática do Congo, apesar de sua primeira alternância pacífica, continua em declínio. Está no 31º lugar (queda em três lugares), logo atrás de Madagascar e Cabo Verde e logo à frente da Mauritânia, Gabão e Djibuti (alta de 10 lugares).

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Redação