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Salão paroquial no antigo cinema do Bairro já acolhe fiéis
Sociedade

Salão paroquial no antigo cinema do Bairro já acolhe fiéis

Esta foi a terceira semana em que já se celebrou a eucaristia dominical no salão paroquial que está a nascer no antigo cinema do Bairro Craveiro Lopes.

As obras avançam a bom ritmo e a estrutura já dispõe de cobertura e assentos para acolher os fiéis da paróquia da Imaculada Conceição, que chegam dos bairros de Achadinha, Várzea Eugénio lima e zonas intermédias.

Um edifício que deverá servir para acolher de melhor forma os fiéis da paróquia, que realizava, até há bem pouco tempo, as suas celebrações religiosas ao ar livre, na praça do Bairro Craveiro Lopes.

“É ainda a primeira fase de construção do salão, para tirar os fiéis do sol, frio e chuva. Agora é mobilizar recursos para os acabamentos e próximas etapas” avança Avelino Varela, membro da Comissão de Acompanhamento das Obras Paroquiais.

Este responsável congratula-se com o avançar dos trabalhos e diz que “os paroquianos estão contentes. No primeiro dia, notamos que foram mais pessoas à missa. Muitos participaram porque a exposição ao vento, sol, com as interrupções de cães e carros a passar era realmente desmotivador”.

Além do salão paroquial o projecto envolve a requalificação de toda a área circundante do antigo cinema do Bairro.

Recorde-se que as instalações encontravam-se, há muitos anos, em estado de degradação, depois de o cinema deixar de funcionar em 2003. O espaço era usado como estaleiro para os preparativos de carnaval do tradicional grupo Vindos de África, além de servir também a outros grupos recreativos do Bairro Craveiro Lopes.

A decisão da CMP de conceder o espaço à igreja católica gerou alguma contestação A decisão da CMP de conceder o espaço à igreja católica gerou alguma contestação que este membro da comissão diz já estarem sanadas, até porque a ideia é ter um centro com valências sociais para todos da comunidade.

“O projecto contempla gabinetes para serviços de apoio ao centro, que servirá naturalmente aos fiéis, mas à comunidade paroquial e aos bairros, porque os centros sociais tem servido à comunidade independentemente de ser fiéis ou não. O propósito da paróquia da Imaculada Conceição é esse. Colaborar para o bem-estar de todos os moradores dos bairros que fazem parte da paróquia”, garante.

Fachada do antigo cinema em obras (à esquerda), fachada antiga (à direita).

Monteiro explica que não há data prevista para o término das obras. Mas acredita na boa vontade e colaboração dos fiéis, graças aos quais a obra avançou até à fase em que se encontra.

“Apelamos à colaboração dos paroquianos. Uma obra desta envergadura é custosa. Sabemos que as coisas não estão fácil para as famílias mas com contribuições, mesmo que modestas será possível continuar”.

E muitos estão dispostos a colaborar. José Rui Sena conta que já leva mais de 40 anos a participar da missa da praça. Para este paroquianos a passagem para o salão ainda em fase de acabamentos é “um progresso”.

“A passagem para o salão, que, à semelhança do que existe na Achada de Santo António, serve também para celebração da missa, é um progresso. Vemos que as pessoas estão todas confortáveis, com mais ordem, não obstante ainda estar em obras. Levamos muitos anos a assistir à missa na praça, sujeitos a todas as intempéries, presença de cães, doentes mentais, etc, o que era motivo de constrangimentos”.

Tendo crescido no bairro, Sena diz recordar-se da construção do cinema, que frequentou algumas vezes quando jovem. Por isso congratula-se igualmente por ver o espaço requalificado, para um projecto que considera também social.

O nosso pároco sofreu bastante para construir neste espaço, não obstante ter sido cedido pela Câmara Municipal da Praia. O espaço estava degradado. A primeira coisa que se fez foi tirar carradas de lixo lá de dentro. Assim acho que a edilidade teve razão em ceder este espaço à igreja. Ele servirá não só à igreja, mas a toda a comunidade. Penso que foi uma medida acertada. O espaço está em boas mãos”, remata.

Avelino Varela está optimista de que as obras deverão continuar a bom ritmo, pois acredita que o avançar dos trabalhos fará com que mais pessoas acreditem e colaborem mais.

Pró-Kultura espera conseguir novo espaço junto da edilidade

Contactado pelo Santiago Magazine José Gomes, da Pró-Kultura/grupo Vindos de África, disse lamentar a forma como o processo se desenrolou mas considera a disputa pelo espaço “caso encerrado”.

Esta associação cultural espera agora conseguir junto da edilidade um novo espaço para montar a sede do grupo e desenvolver as suas actividades.

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SOBRE O AUTOR

Karina Moreira