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Grupo de professores denuncia intenção da DNE retaliar professores que aderiram à decisão de não lançar notas
Sociedade

Grupo de professores denuncia intenção da DNE retaliar professores que aderiram à decisão de não lançar notas

A representante do movimento de professores denunciou a intenção da Direcção Nacional da Educação (DNE) de retaliar professores que aderiram à decisão de não lançar notas, e que reivindicam um conjunto de situações, sobretudo a grelha salarial.

Hoje, com o início de mais um trimestre, Aleida Semedo informou à Inforpress que os professores em algumas escolas por aderiram à decisão de não lançamento de notas, no âmbito da greve por tempo indeterminado, foram convidados a sair da reunião do conselho de turma.

Esta reunião, esclareceu, além de ser convocada para falar sobre notas tem também por objecto falar de comportamento de alunos e outras coisas.

“Então, esses professores estiveram presentes nas reuniões, mas depois de serem convidados a deixar as salas, trocaram as folhas de presença e marcaram faltas”, disse, advertindo que a ausência de notas não é a mesma coisa que ausência de professores.

Entretanto, assegurou que os alunos não estão prejudicados porque todos tiveram acesso às suas notas de segundo trimestre, tendo explicado que as notas apenas não foram lançadas no sistema para serem publicadas nas pautas.

Segundo disse, quem está prejudicado são os próprios professores pelo silêncio ensurdecedor do Ministério da Educação na resolução das suas pendências.

“E hoje, dia 03, foi trocado um email entre a Direcção Nacional da Educação e a delegada em que pedem levantamento de nomes de todos os professores que não mandaram notas”, revelou.

“E o que sentimos é que algo de bom não vem da parte deles, porque é alguma retaliação que querem fazer com os que estão a lutar pelos seus direitos”, denunciou a representante dos professores.

Ou seja, considerou que tudo leva a crer que vão descontar no salário, apesar de os professores marcarem presença nas referidas reuniões e estarem a dar aulas normalmente, enquanto aguardam por uma resposta do Ministério.

“O nosso ministro está em silêncio ensurdecedor, não pronuncia nada, o único que tem falado é o director nacional de Educação, Adriano Moreno, que no seu posicionamento na imprensa tem definido esses professores como grupo de extremistas”, frisou.

Aleida Semedo disse estranhar igualmente o "silêncio total" do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, perante a luta dos professores iniciada desde Outubro passado, acusando o mesmo de estar a organizar uma conferência de liberdade e democracia, e boa governança, e de anunciar a criação de um monumento da liberdade e democracia com avultados custos, sem nunca se pronunciar a este respeito.

Em reação, o director nacional da Educação explicou à Inforpress que a DNE enquanto entidade que responde pela avaliação dos alunos tem que fazer o controlo das avaliações, ou seja, tem que saber efectivamente quem neste momento já avaliou e quem não fez as avaliações.

“Isto é uma questão pedagógica, está dentro das atribuições e fazemos isso sempre todos os trimestres dos anos lectivos independentemente do contexto actual. Ou seja, temos que saber qual o resultado da avaliação das aprendizagens do trimestre para poder implementar algumas medidas correctivas no trimestre seguinte", argumentou.

Adriano Moreno explicou que esse levantamento não foi feito pensando em retaliação, afirmando que reconhecem o direito à greve, as manifestações, mas que os professores tiveram falta por faltarem os processos avaliativos, até porque, concluiu, foram convocados com um objectivo muito claro que era sobre o lançamento de notas.

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