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Afinal de que cobra é esta banha?
Ponto de Vista

Afinal de que cobra é esta banha?

Sistematicamente estamos sendo confrontados com desilusões, retóricas, enunciados, promessas e epifanias cada uma mais estapafúrdia do que a anterior, instilando nas nossas veias doses cavalares de incertezas e desencanto, quais triggers do divórcio cada dia mais acentuado entre o cidadão e a coisa pública, o que nos desfavorece a nós próprios no dia-à-dia e na nossa capacidade de reverter tudo isso! Não se cumpre com promessas, não se cumpre com planos nem programas; não se cumpre com deveres e obrigações enquanto gestores públicos ou reguladoras ; não se cumpre com o dever de nos proteger das diversas formas de violência ; na nossa relação com o exterior, em questões sensíveis da nossa estratégia diplomática manipula-se, e as meias-verdades e manipulações são-nos apresentados como supremos interesses do Estado; não se cumpre com o dever de garantir a população o acesso contínuo e eficiente a bens tão essenciais como a água, electricidade e transportes - Tudo isso a meio a uma precariedade generalizada!

À propósito da “Nova Largada” e da “Nova Era” para os transportes aéreos anunciadas pelo Sr. MTT, não obstante o caos e as gigantescas incertezas no horizonte…

Com os acontecimentos últimos a vários níveis da governação, é inquestionável que a manipulação como ferramenta de governação e domínio político, as mentiras sinceras, vieram mesmo para ficar e reinar no nosso seio!

As balizas entre o que é moral e a imoralidade, a dignidade e a improbidade submergindo vertiginosamente aos nossos pés! A institucionalização da mentira nua e crua consolidando-se; o recurso sistemático à intrujice, afirmando-se como estratégia política; vivemos hoje em CV, num ambiente de constante ilusão política, de generalização da patranha como ferramenta para a conservação do poder a todo custo, em que todos parece que já assumimos, que é normal os governantes faltarem à verdade sem que hajam consequências, uma normalidade alegremente “arrogada”!

Este dossier dos transportes aéreos ( há outros como o Leite&Tecnicil, INPS vs.Banca, Marca CV, etc) da privatização da TACV, da eficiência da Best Fly, da SevenAir e os aviões CASA para transportes de doentes, do Hub do Sal e Aeroporto Internacional de Santo Antão etc etc …, dizia que, esse dossier tem sido pródigo, um desfile de mentiras do princípio ao fim com custos imensos para os nossos bolsos e erário público…(!) - Impunemente!

Hoje, comanda as nossa vidas uma administração política, uma governação, à base de pura retórica e marketing político, sendo a mentira e o fabrico da ilusão e fantasias em série, a arma preferencial, a ferramenta de eleição dos executivos de serviço… - em hubs de natureza vária já vamos em quatro ou cinco …(!) naquilo já considerado por muitos um autêntico fetiche. Parece que eles só conseguem ir, quando atrelados a um hub qualquer…, ou será “vir”?

Nos transportes aéreos, devida à iliteracia aeronáutica , e emaranhado de questões e complexidades técnicas, torna-se difícil para os cidadãos se aperceberem da magnitude das mentiras e manipulações, o que fica mais penoso levar o desvario que grassa no sector à síncope!
Infelizmente, é manifesto que o nosso poder de escrutínio está visivelmente quebradiço, devido ao colapso e omissões que se verificam aqui e acolá de instituições, figuras e cidadãos proeminentes e de quem se esperava mais…, muito mais mesmo!

Acho que entramos e chafurdamos todos numa nova forma de fazer política, em que o triunfo da indecência tende a sobrepor-se ao carácter, à dignidade e integridade; em que uma ausência de compromisso moral imparável tende a generalizar-se em todos os quadrantes da governação e altos Magistrados da Nação, numa evidente crise da política, uma crise entre representantes e representados, evidente crise na nossa relação com o Estado e as instituições que o representam consubstanciam!

Sistematicamente estamos sendo confrontados com desilusões, retóricas, enunciados, promessas e epifanias cada uma mais estapafúrdia do que a anterior, instilando nas nossas veias doses cavalares de incertezas e desencanto, quais triggers do divórcio cada dia mais acentuado entre o cidadão e a coisa pública, o que nos desfavorece a nós próprios no dia-à-dia e na nossa capacidade de reverter tudo isso!

Não se cumpre com promessas, não se cumpre com planos nem programas; não se cumpre com deveres e obrigações enquanto gestores públicos ou reguladoras ; não se cumpre com o dever de nos proteger das diversas formas de violência ; na nossa relação com o exterior, em questões sensíveis da nossa estratégia diplomática manipula-se, e as meias-verdades e manipulações são-nos apresentados como supremos interesses do Estado; não se cumpre com o dever de garantir a população o acesso contínuo e eficiente a bens tão essenciais como a água, electricidade e transportes - Tudo isso a meio a uma precariedade generalizada!

É legítimo almejaremos e agirmos de forma a termos um pensamento político, uma prática política entre nós, onde predomina o primado da verdade, que aposta na verdade, no compromisso de servir a política e não se servir dela?

Isto está insano demais, sinistro e excessivamente caliginoso!

O factor Maquiavel definindo as nossas vidas…, será?

Artigo publicado pelo autor no facebook

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