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PAICV diz que carta do auditor Renato Fernandes faz parte da “cabala política” do MpD contra a CMP
Política

PAICV diz que carta do auditor Renato Fernandes faz parte da “cabala política” do MpD contra a CMP

O PAICV considera que a “alegada” carta de pedido de demissão de Renato Fernandes do cargo de director do gabinete de auditoria interna na Câmara Municipal da Praia (CMP) faz parte da “cabala política” do MpD contra a autarquia.

Esse posicionamento do PAICV foi apresentado esta terºa-feira, 6, pelo deputado e membro da Comissão Política do partido, Fidel de Pina, no programa “Directo ao ponto” da Rádio de Cabo Verde, durante o qual esteve em debate a carta de pedido de demissão do auditor, que denuncia “várias irregularidades e suspeitas de corrupção” na autarquia praiense.

Fidel de Pina afirmou que o facto da carta ter saído a público nas vésperas das eleições autárquicas é mais uma acção política do MpD, que ainda não digeriu a derrota nas eleições de 2020, e está a tentar descredibilizar o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, para tirar dividendos políticos.

“Há um documento feito por um profissional que respeitamos, mas que chega às vésperas das eleições. Quer dizer, isso não é normal e claramente aqui há fortes indícios que seja uma arquitectura para tentar condicionar, para tentar derrubar aquele que é o presidente da Câmara da Praia democraticamente eleito”, disse.

Fidel de Pina acrescentou que esse documento partilhado sem qualquer assinatura tem uma razão de fundo que é dar a oportunidade ao MpD que quer continuar a fazer uma “cabala política” contra o actual autarca e contra a actual câmara municipal.

“Em vez de apresentar propostas, em vez de fazer um debate político sério, de debater ideias, de debater as políticas públicas da câmara, vem tentar condicionar e alegando corrupção quando são meras insinuações”, sublinhou, solicitando ao técnico que prove em fórum próprio as denúncias apresentadas na carta.

Em reação o deputado e ex-coordenador do MpD na Praia, Alberto Melo (desde domingo, 4, Manuel Alves é o novo líder concelhio do partido), afirma tratar-se de uma acusação “ridícula”, uma vez que Renato Fernandes, que é quadro da Inspecção-geral das Finanças, foi requisitado pelo próprio presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, para prestação de serviço na edilidade.

“Ele está a fazer uma acusação ao MpD de uma carta de um inspector das Finanças que foi contratado pelo próprio presidente da câmara que o tirou das Finanças e o colocou na câmara. Ele fez uma carta, faz uma acusação e a acusação do PAICV é dizer que é cabala do MpD” anotou afirmando tratar-se de uma “acusação ridícula”.

Alberto adiantou que os factos relatados na carta de Renato Fernandes de ilegalidades são facto que o MpD já tinha denunciado e fazem parte das alegações do relatório da Inspeção-geral das Finanças realizada em 2021.

“Isto só veio a confirmar o que nós já tínhamos alertado, já desde 2021”, frisou.

Por seu lado, o deputado da UCID António Monteiro adiantou que o documento traz questões que devem merecer uma análise profunda, tranquila, serena, para que se possa tirar a limpo tudo aquilo que foi denunciado.

“Há determinadas situações que estão descritas que exigem uma atenção muito especial por parte de todas as autoridades, inclusive da própria Câmara Municipal da Praia, que devem ser de forma muito clara e transparente, colocadas em cima da mesa, para que os cabo-verdianos possam saber realmente o que é que se está a passar no município da cidade da Praia”.

O auditor Renato Fernandes numa carta endereçada ao presidente da câmara, Francisco Carvalho, justificou o seu pedido de demissão do cargo de director do gabinete de auditoria com “falta de acções efectivas para combater situações de irregularidades, ilegalidades e ambiente de corrupção” instalada na autarquia.

Na missiva denuncia “indícios claros de simulação de concursos, montagem de esquemas” para favorecer determinadas empresas ou fornecedores de bens e serviços, adjudicação de obras directamente a determinadas empresas, sem realizar quaisquer procedimentos nos quais contratos ou acordos são celebrados entre a CMP e essas empresas, situações de favorecimento de grupo de pessoas”, entre outras ilegalidades.

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