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PAICV considera “vergonhosa” a nomeação de Miguel Monteiro em vésperas das eleições legislativas
Política

PAICV considera “vergonhosa” a nomeação de Miguel Monteiro em vésperas das eleições legislativas

O PAICV considerou hoje vergonhosa a nomeação do deputado Miguel Monteiro ao cargo de presidente da Bolsa de Valores, em vésperas de eleições, para o compensar da saída do cargo do Secretário-geral e das listas para deputado nacional.

A posição do PAICV foi manifestada pelo membro da Comissão Política do partido Fidel Cardoso, em conferência de imprensa, para se posicionar sobre as violações do Código Eleitoral e a nomeação de Miguel Monteiro para a Bolsa de Valores, à beira das eleições.

Em período pré-eleitoral e confrontado com “fracos resultados da Governação de Cabo Verde”, disse Fidel Cardoso, “o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, anda desesperadamente à procura de votos ignorando, por completo, a ética exigida a quem governa o País”.

Para o PAICV, a nomeação do Miguel Monteiro para o cargo de Presidente do Conselho de Administração da Bolsa de Valores, em vésperas das eleições legislativas, constitui uma “atitude imoral e contrária às melhores práticas políticas”.

“Esta atitude do MpD e do Dr. Ulisses Correia e Silva, além de imoral e contrária às melhores práticas políticas, constitui um manifesto e ostensivo desrespeito pelos cabo-verdianos, que clamam por mais transparência e mais igualdade de oportunidades no acesso às funções públicas”, declarou, frisando que a nomeação deste dirigente da cúpula do MpD é uma “eventual tentativa do primeiro-ministro o compensar” da saída do cargo de Secretário-geral do MpD e das listas para deputado da Nação.

De acordo com este responsável, a Bolsa de Valores é um lugar que exige competência técnica, pois, sustentou, qualquer percalço pode pôr em perigo as empresas e pessoas que procuram esta instituição para fazer render as suas poupanças.

Fidel Cardoso considerou o comportamento do chefe do executivo “inaceitável”, realçando que o exercício de cargos políticos e públicos é uma “função nobre que demanda de todos, a todo tempo, rigor, transparência, ética e responsabilidade no dito exercício”.

“Como é possível que a poucos dias das eleições legislativas, o deputado Miguel Monteiro, que não era um simples deputado pois desempenhava as funções de secretário da mesa da Assembleia Nacional e membro do Conselho de Administração da Assembleia Nacional, ex-secretário-geral do MpD e proprietário do ‘’Nha Bex’’ (Minha Vez) seja nomeado para gestão desta importante instituição do nosso país”, questionou.

Lembrou que o MpD prometeu nas eleições de 2016, despartidarizar a Administração Pública, mas que tal não está a acontecer, frisando que a estratégia do partido é a de colocar os militantes e dirigentes do MpD em “lugares-chave” para, no caso da derrota eleitoral, manter o domínio da administração indirecta e empresarial pública em larga escala.

“A primeira medida que tomou este Governo foi eliminar os concursos públicos, que foram implementados pelo então Governo do PAICV”, salientou, asseverando que não se pode estar a utilizar a Administração Pública para resolver os problemas do partido e condicionar a gestão do país.

Questionado sobre a postura do PAICV relativamente a partidarização da Administração Pública, quando era Governo, disse que o seu partido não fez como o MpD está a fazer, mas que está ciente de que se errou é preciso corrigir os erros.

“Eu não acho que o PAICV faz igual, se fez, é preciso corrigir, já fomos avaliados por isto, perdemos as eleições e agora acho que o mais importante é corrigir lá onde não estivemos bem, se realmente falhamos nesta questão, serei o primeiro a estar na linha da frente para não acontecer novamente”, disse, prometendo que caso vencer as eleições legislativas de 18 de Abril, o PAICV irá “introduzir claramente a lei de concurso públicos e resolver estes problemas”.

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