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Governo e Câmara da Praia prometem estreitar laços para desenvolver município
Política

Governo e Câmara da Praia prometem estreitar laços para desenvolver município

O Governo de Cabo Verde e a Câmara Municipal da Praia manifestaram hoje a intenção de estreitar os laços para promover o desenvolvimento do maior município do país.

O posicionamento foi assumido pela ministra da Coesão Territorial, Janine Lélis, e pelo presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, que foi recebido em audiência pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, num segundo encontro desde a posse do autarca, em finais de 2020, e o primeiro este ano.

Francisco Carvalho foi eleito presidente da Câmara da Praia em 20 de outubro de 2020, com apoio do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), derrotando o então presidente Óscar Santos, suportado politicamente pelo Movimento para a Democracia (MpD), partido do Governo de Ulisses Correia e Silva, de que é presidente, e também já foi líder autárquico da Praia (2008–2016).

No início do ano passado, houve uma polémica entre as duas instituições, devido à ausência do autarca em inaugurações de obras por parte do Governo, o mais mediático no bairro Craveiro Lopes, que gerou várias reações dos dois maiores partidos - MpD e PAICV .

Francisco Carvalho rejeitou hoje existir alguma crispação entre as duas partes, justificando as ausências com “questões de agenda”.

E hoje, além dos cumprimentos no novo ano, Carvalho disse que foi apresentar ao chefe do Governo a agenda que tem para estreitar as relações na governação do município da Praia.

Nessa agenda, o autarca disse que há questões antigas a serem contempladas, como o saneamento, educação, segurança ou exclusão social, mas pretende introduzir novas questões mundiais, como as ambientais e as que têm a ver com o mar, o território e a economia.

“Vai colocar enorme pressão sobre o município da Praia, que tem pessoas, famílias de vários pontos do país, então há aqui uma panóplia de questões, no sentido de problemas, sim, mas também de projetos, de sonhos, que todos nós somos obrigados a correr atrás, no sentido de promovermos o desenvolvimento do município da Praia”, referiu, indicando que, além do primeiro-ministro, vai solicitar encontros com quase todos os ministros.

O presidente disse ainda que fez um convite ao primeiro-ministro para realizar uma visita ao município da Praia, garantindo e esperando “total abertura” do Governo.

“Acho que temos todas as condições para todos nós continuarmos a trabalhar para o desenvolvimento do município da Praia, tendo em conta que o desenvolvimento de cada município somado dá o desenvolvimento do país no seu todo”, afirmou.

O autarca disse que saiu do encontrou “muito bem impressionado” com a abertura do primeiro-ministro e da ministra Janine Lélis de contribuírem de uma forma positiva, aberta e com espírito de parceira com a Câmara da Praia.

“O primeiro parceiro da Câmara Municipal da Praia é o Governo da República, depois nós iremos contar com outros parceiros”, salientou Francisco Carvalho, apontando também as instituições e organizações internacionais, a diáspora cabo-verdiana e os empresários.

A ministra da Coesão Territorial, Janine Lélis, foi a porta-voz do Governo e disse que o primeiro-ministro reiterou que o posicionamento do executivo do MpD desde o início, em 2016, tem sido do estreitamento das relações com todas as câmaras municipais do país.

“Nós vemos nas câmaras parceiros de desenvolvimento, e é por causa disso que temos sempre funcionado em jeito de complementaridade e subsidiariedade, exatamente porque tanto as câmaras municipais como o Governo têm o mesmo propósito que é de trabalhar para o desenvolvimento”, salientou a ministra.

A porta-voz garantiu que as relações com a maior autarquia do país sempre estiveram normais, referindo que as polémicas iniciais tiveram a ver com uma questão de posicionamento e defesa de princípios.

“Se assim foi desde 2016, para nós continua sendo, porque o tratamento é igual, os projetos mantêm-se, as medidas de política são iguais, as transferências dos fundos têm as suas lógicas e as suas regras e é uma questão de manutenção da nossa forma de ver, de estar e de governar o país em parceria e complementaridade com as câmaras municipais”, concluiu Janine Lélis.

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