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Governo desvia-se de presumível plágio da nova marca turística Cabo Verde. "O PM e o Ministro não são designers!", disse Ulisses
Política

Governo desvia-se de presumível plágio da nova marca turística Cabo Verde. "O PM e o Ministro não são designers!", disse Ulisses

O novo logótipo da marca turística de Cabo Verde está a ser fortemente criticada pelos cabo-verdianos por ser muito idêntica à de uma empresa portuguesa de imobiliária, criada há sete anos. Confrontado com esse "escândalo nacional" esta quarta-feira, 21, no Parlamento, onde se debatia a Boa Governação, Ulisses Correia e Silva foi fugidio e seco na resposta: "Nem o primeiro-ministro e nem ministro do Turismo são designer e não tem competência para isso…" E desafiou os críticos a provarem que houve, de facto, plágio.

As redes sociais estão cheias de manifestações de indignação, reclamações e críticas à nova marca turística de Cabo Verde, apresentada na passada sexta-feira, com pompa e circunstância num evento na Cidade Velha. As contestações resultam do facto de o logótipo que suporta a frase "Cabo Verde. Do coração" evidenciar extremas e inegáveis semelhanças com a imagem-símbolo de uma empresa portuguesa de imobiliária, a Sea Ria. 

E ontem, quando o Parlamento debatia a Boa Governação, o deputado do PAICV Démis Lobo Almeida aproveitou para denunciar os fortes indícios de “plágio” do logótipo da nova Marca Turística de Cabo Verde e questionou o Governo sobre esse “escândalo nacional”.

Démis Lobo Almeida disse que após a apresentação da nova marca de promoção do país como destino turístico e de investimentos (um coração colorido), numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, descobriu-se que o logotipo (o coração colorido, representando as ilhas de Cabo Verde) é um plágio de um logotipo que existe há mais de sete anos.

“Nós gostaríamos de saber como é que uma coisa dessas é possível na República de Cabo Verde, que responsabilidades serão assumidas, que custos o Governo assumiu para a suposta concepção deste logotipo e que medidas vão tomar na sequência desse escândalo de se ter descoberto que se trata de um plágio”, questionou durante o debate mensal com o primeiro-ministro sobre a "Boa Governança". 

Em resposta, o chefe do Governo desafiou o deputado a provar que, de facto, a nova marca é plágio e afirmou que não foi nem ele primeiro-ministro e nem o ministro do Turismo que conceberam.

“Nem o primeiro-ministro e nem ministro do Turismo são designer e não tem competência para isso…Foi feito um concurso internacional. Empresas concorreram e são empresas externas. Ganharam, fizeram a concessão, o conteúdo e a apresentação e o design da marca. O financiamento foi do Banco Mundial”, justificou o primeiro-ministro.

Ulisses Correia e Silva avançou que uma das empresas do consórcio (THR) ficou de dar uma conferência de imprensa ou avançar com uma nota de imprensa para esclarecer esta questão, que tem sido muito badalada nas redes sociais e chegou agora ao parlamento.

Entretanto, na eventualidade de se constatar e provar que há um plágio, afirmou que quem será responsabilizado será a empresa que foi contratada para fazer este trabalho.

“Portanto, relativamente a isto é aguardar, até porque há indicação de que vão fazer o registo da marca, para podermos tirar todas as ilações relativamente a esta matéria”, disse, adiantando que o Governo está à vontade em relação a esse assunto.

A nova Marca Turística de Cabo Verde, segundo as explicações apresentadas na cerimónia de lançamento pelo representante do consórcio que venceu o concurso, é representada por um coração colorido, cujas cores representam cada uma das ilhas. Tem como elementos o céu, a natureza, o sol, as paisagens vulcânicas, as dunas e a areia e o mar.  

Com a concepção dessa nova marca, que tem como embaixador o músico Dino d’Santiago, o Governo pretende fortalecer a imagem do destino, captar novos nichos de mercado cada vez mais conscientes da qualidade do produto turísticos e interessados em viver experiências ambientalmente sustentáveis, em comunhão com as comunidades locais e em que as famílias e empresas cabo-verdianas possam ser igualmente actores na cadeia de valor.

* Com Inforpress

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