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O caso Amílcar Cabral. Apontamentos críticos a propósito do princípio e do projecto da unidade Guiné-Cabo Verde - Primeira Parte

Como é sabido, tanto a inicial matriz afro-negra e a sua re-alimentação étnico-cultural e étnico- racial, frequentemente ocorrida durante todo o período do tráfico negreiro, como também a primordial matriz euro-ocidental, depois re-actualizada como cultura colonial dominante, foram reelaboradas, ambas, na medida em que foram expurgadas do seu carácter estranho e estrangeiro e interiorizadas pelos actores sociais caboverdianos mediante os processos antropológicos e sociológicos que perfizeram a mútua diluição de ambas as co-matrizes culturais iniciais numa nova identidade...

José Luiz Tavares apresenta “Uma Pedra Contra o Firmamento” na ilha de Santiago esta quinta-feira

 O poeta cabo-verdiano radicado em Portugal José Luiz Tavares vai estar em Cabo Verde para apresentar a sua mais recente obra “Uma Pedra Contra o Firmamento” nas cidades da Praia e do Tarrafal, em Santiago. Na quinta-feira, 12, a obra é apresentada na Livraria Pedro Cardoso, na Cidade da Praia, e, no dia 14, no Tarrafal, na Câmara Municipal do concelho que o viu nascer.

Trigo & Joio. Anotações Sobre Uma Pedra Contra o Firmamento, de José Luiz Tavares

Se procurássemos uma ordem temática para este volume, talvez a primeira pergunta da entrevista conduzida por Abraão Vicente pudesse figurar na sua abertura: “Considera-se um enfant terrible?”. O epíteto, usado neste contexto, convoca esse sentido figurado, comum no campo literário, do insurreto que zurze a feira das vaidades comerciadas pelos seus pares. José Luiz Tavares cinde habilmente a locução francesa para recuperar, por um lado, a figura do infante guiado pela inocência necessária à criação poética, e recriar, por outro lado, essa “personalidade poética áspera”...

Crônicas da Emigração. Porque não adotar políticas que beneficiam o mercado e o rendimento disponível do cabo-verdiano?  

Em minha mais recente viagem de regresso ao país, vi de perto a injúria que muitos enfrentam nos aeroportos, a lutar para conseguir favores com o excesso de bagagens, ou pagando balúrdios para embarcar com mais um saco de mão ou no porão, tudo para que não percam a oportunidade de trazer aq preciosa encomenda que se destina a algum familiar ou amigo, ou, em certos caso, para garantir algum diinheiro extra, para o tão demandado pão de cada dia. Chega-se a pagar mais da metade do valor de uma passagem de avião nesta brincadeira, sem contar com a cara de pau de alguns nas alfândegas...

A (Re)construção do cânone literário caboverdiano pelo olhar das antologias - Quinta Parte

...a experiência bi(multi)lingue na literatura caboverdiana remonta ao poeta neo-clássico José Lopes – autor de obras em francês (com destaque para Ombres Immortelles), em inglês e, até, em latim-, passando por João Vário que, no âmbito da obra de toda a sua vida Exemplos, publicou dois livros de poesia em francês, designadamente Exemple Reistreint e Exemple Irreversible, tendo igualmente cogitado, anunciado e preparado, em larga medida, a publicação de dois livros de poesia em inglês, intitulados European Example e American Example, e culminando no poeta modernista e...

A (Re)construção do cânone literário caboverdiano pelo olhar das antologias - Terceira Parte

Creio que já é tempo e, por isso, urge a organização (de preferência pela Academia Cabo-Verdiana de Letras em eventual parceria com o Instituto da Biblioteca Nacional, com as Universidades e as muitas editoras caboverdianas privadas actualmente existentes no país e na diáspora) de uma antologia de poesia caboverdiana em língua caboverdiana bem como de duas novas antologias temáticas da poesia caboverdiana, desta feita com propósitos verdadeiramente antológicos no sentido da consagração dos melhores exemplos dos vários paradigmas ou cânones que marcaram e vêm marcando a...

A (Re)construção do cânone literário caboverdiano pelo olhar das antologias - Segunda Parte

É sabido que a sociedade caboverdiana forjada por mais de cinco séculos de dominação colonial caracterizou-se na sua fase final por um colonialismo clássico quase sem colonos e na qual a literatura erudita pré-modernista foi introduzida e cultivada por uma elite islenha autóctone e castiçamente caboverdiana ou, pelo menos, muito marcada do ponto de vista cultural e identitário pela caboverdianidade, se bem que também enredada nas malhas armadilhadas da cissiparidade pátrida. É neste contexto que considera o estudioso Rui Guilherme da Silva que a literatura criadas e cultivada...