O administrador-único da Inforpress negou haver tensão na agência e agora ele próprio, mais do que a tensão, criou a bomba que lhe pode explodir nas mãos a qualquer momento. Bastava, caso não seja verdade as denúncias dos jornalistas, desmontar os argumentos dos críticos com a sua verdade, com as suas provas - pois afinal, houve convite sim da FAAPA para a cobertura do mundial de clubes.
O Governo acaba de emitir um comunicado a anunciar a exoneração de José Vaz Furtado do cargo de administrador-único da Inforpress, decisão que o executivo justifica como uma “necessidade para garantir o normal funcionamento e estabilidade institucional da Agência Cabo-verdiana de Notícias”.
A direcção da AJOC congratulou-se hoje com a exoneração do administrador único da Inforpress, pelo Governo, e manifestou solidariedade para com o jornalista e presidente Geremias Furtado, demitido quarta-feira das suas funções na Agência Cabo-verdiana de Notícias.
A deslocação do director de informação da Inforpress a Marrocos está a indignar os jornalistas da agência pública de notícias, gerando um mal-estar na redação. É que, segundo dizem, Hélio Robalo terá enganado a redação de que iria participar num evento a convite da Federação Atlântica das Agências de Notícias Africanas (FAAPA), quando “na verdade foi assistir aos jogos do mundial de clubes”, que decorreram naquele país magrebino de 1 a 11 deste mês, “tudo à custa da Inforpress”. O administrador-único, José Vaz Furtado, prefere não falar sobre o assunto, mas...
O Administrador Único da Agência Cabo-verdiana de Notícias – Inforpress S. A., José Vaz Furtado, convoca aos Órgãos da Comunicação Social para esclarecer a opinião pública sobre a notícia veiculada no Santiago Magazine, intitulada “Tensão na Inforpress. Jornalistas criticam viagem de diretor de informação a Marrocos para ver Mundial de Clubes.”
O jornalista Geremias Furtado, presidente da Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC), foi hoje demitido pelo Administrador da Inforpress, conforme nota de demissão, cujo teor Santiago Magazine teve acesso.
A reacção do Governo à reportagem do semanário luso, Tal & Qual, que destratou, sobre o alegado envolvimento do ministro Paulo Rocha num caso de homicídio mereceu resposta pungente do órgão. Para o periódico, baseando-se nas ameaças do Executivo de novas acções contra os jornais – Santiago Magazine e A Nação – que escreveram sobre o tema, espelha um facto, que o hebdomadário titula na capa: “Jornalistas em Cabo Verde queixam-se de perseguição”, para no interior do jornal destacar em letras garrafais que “Jornalistas cabo-verdianos estão sob a lei da mordaça”.