Cabo Verde apoia Israel. Presidência da República assume tweet de Benjamin Netanyahu
Política

Cabo Verde apoia Israel. Presidência da República assume tweet de Benjamin Netanyahu

Presidência da República compartilhou o tweet do primeiro-ministro israelita, no qual Benjamin Netanyahu afirma que Jorge Carlos Fonseca lhe garantiu que Cabo Verde, a partir de agora, não vai votar contra Israel em nenhuma resolução da ONU.

A notícia sobre a promessa do chefe de Estado cabo-verdiano ao primeiro-ministro de Israel em como Cabo Verde não mais irá votar contra aquele país do Médio Oriente seja qual for o assunto em análise na Assembleia geral das Nações Unidas – e divulgada nas ilhas quinta-feira, 3, por Santiago Magazine - ainda não mereceu qualquer comentário quer da Palácio da Presidência, quer do Governo, que define a política externa do país.

Este silêncio – o PR, segundo soubemos, está fora do país – vem levantando algum cepticismo quanto à veracidade da informação trazida a público primeiro por Benjamin Netanyahu, num tweet publicado na quarta-feira, e depois pela imprensa israelita, que continua a fazer eco desse anúncio da reviravolta da posição cabo-verdiana face a Israel nas questões internacionais..

Entretanto, numa visita ao site oficial da Presidência da República vê-se que o assunto foi tido em conta pelo Palácio do Plateau, que, sem medir as consequências, retweetou o comentário do chefe do Governo israelita logo no dia da sua divulgação, e nas ilhas por este diário digital.

Na prática, e mesmo sem confirmar no país se garantiu, efectivamente, o apoio incondicional de Cabo Verde a Israel, a Presidencia da República acaba por admitir o tweet de Netanyhau ao colocar na página oficial da PR o anúncio do líder israelita, e consequentemente, assumir como verdade o tweet do polémico chefe do Governo de Israel.

Caberá, agora, ao Governo cabo-verdiano, que constitucionalmente tem a prerrogativa de definir a politica externa do país, dizer da sua justiça, ou seja, se confirma esta viragem a Isarael ou se desmente o PR. Em qualquer dos casos há um conflito diplomático que belisca as relações externas de Cabo Verde com o Resto do Mundo.

JCF tinha-se reunido com o primeiro-ministro israelita há cerca de um mês, durante a reunião de líderes da CEDEAO, em Monróvia, Libéria, e onde Netanyahu se fez presente, numa tentativa de aproximação a África. Ali, o presidente da República comprometeu-se em como Cabo Verde passa daqui para a frente a dar total apoio a Israel sempre que estiver uma resolução por aprovar na Assembleia-geral das Nações Unidas.

E foi o próprio líder israelita quem anunciou a promessa feita por Jorge Carlos Fonseca no seu twitter. “Congratulo-me com a decisão do presidente de Cabo Verde. Este é o resultado de uma intensa actividade diplomática entre Israel e África”, escreveu Benjamin Netanyahu esta quarta-feira, 2.

O Jerusalem Post recorda que, geralmente, Cabo Verde tem votado contra Israel nas assembleias-gerais da ONU, embora às vezes o país tenha também optado por se abster em algumas questões relacionadas Israel. "Por exemplo, Cabo Verde não estava presente no voto da Assembleia Geral em 2009, aceitando o Relatório Goldstone, que acusou Israel de crimes de guerra em Gaza durante a Operação Plomo Fundido; Absteve-se na votação da UNESCO em 2011 para aceitar os palestinos como um Estado-Membro; E foi contra Israel em 2012, quando votou a favor da concessão aos palestinos do status de um Estado observador não-membro na ONU", relata o Jerusalem Post.

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SOBRE O AUTOR

Hermínio Silves

Jornalista, repórter, diretor de Santiago Magazine

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