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Linhas de crédito covid salvaram 12.300 postos de trabalho
Economia

Linhas de crédito covid salvaram 12.300 postos de trabalho

As linhas de crédito com garantia do Estado, criadas pelo Governo para apoiar as empresas a enfrentar a crise provocada pela pandemia da covid-19, permitiram salvar 12.300 postos de trabalho em Cabo Verde de Abril a Dezembro.

Os dados foram apresentados hoje à Inforpress pelo presidente da Pró-empresa, Pedro Barros, que indicou que até 31 de Dezembro foram aprovadas um total de 574 operações de crédito, no montante global de três milhões e 900 mil contos, beneficiando cerca de 560 empresas.

“Nos nossos cálculos, essas operações permitiram a salvação de 12.300 empresas, ou seja, não fosse esse financiamento, provavelmente a maioria dessas empresas não iriam aguentar-se e teriam que proceder aos despedimentos. O que significa que podemos dizer também, sem nenhuma dúvida, que graças a essas linhas de crédito, foi possível manter contratos e manter salários desses 12.300 postos de trabalho”, precisou.

Ao todo foram criadas quatro linhas de créditos, num montante global de quatro milhões de contos, com garantias do Estado que vão até 80% no caso das pequenas, médias e microempresas e 50% no quadro das grandes empresas e em condições especiais, com juros máximos de até 3%, período de carência de seis meses e com prazo de amortização que podem ir até seis anos.

O objectivo, conforme Pedro Barros, era o de reforçar a tesouraria das empresas que paralisaram ou diminuíram as suas actividades na sequência da pandemia da covid-19, permitindo que as mesmas pudessem ter dinheiro para pagar as despesas correntes e pagar salários sejam em lay off ou a tempo inteiro.

“Quando se financia as empresas está-se, automaticamente, a financiar o salário dos seus trabalhadores e ao mesmo tempo está-se a garantir rendimento às famílias. Em termos de resultados, nós podemos afirmar com toda propriedade que Cabo Verde fez boas escolhas, ou seja, o Governo tomou as medidas que resultaram bem. Mesmo as organizações internacionais, como o Banco Mundial, reconhecem isso”, disse.

A par das linhas de crédito dos bancos, operacionalizados pela Pró-empresa, Pedro Barros adiantou que continuou a funcionar os programas starp-up jovens e a linha de financiamento, também com garantia novos para investimentos no âmbito do ecossistema.

“Neste sentido, chegamos ao final do ano com um acumulado de 1.334.000 contos, sendo que só em 2020 estamos a falar de mais de 100 operações de crédito, a volta dos 700 e 800 mil contos. A nível das start-ups também tivemos mais de 100 créditos aprovados”, sustentou.

Para o ano de 2021, os apoios vão continuar, estando já lançadas novas linhas de crédito com as mesmas características e facilidades, inclusive com créditos já aprovados, segundo o presidente da Pró-empresa.

Para além das linhas de crédito, com vista reforçar a tesouraria das empresas, o Governo tomou e implementou uma série de outras medidas como as moratórias no pagamento das prestações dos créditos, alargamento dos prazos, suspensão e pagamentos em prestações de impostos e taxas, liquidação de facturas pendentes com pagamento imediato das facturas pendentes do Estado aos seus fornecedores, devolução do IVA, isenção no pagamento de contribuições da entidade empregadora para o INPS, alargamento e suspensão e alargamento dos prazos de execuções fiscais.

Outra medida que contribuiu para salvar os postos de trabalho foi o regime simplificado de suspensão dos contratos de trabalho, conhecido por lay off, em que o trabalhador em casa tinha direito a 70% do seu salário, pago em 35% pelo Estado, através do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e outra parte pela entidade empregadora.

Esta medida que vem sendo renovada vai prolongar-se até 31 de Março deste ano. Neste último período, em que são beneficiadas apenas as empresas do sector do turismo e actividades conexas, mantém-se o pagamento de 70% do salário bruto aos trabalhadores, mas diminui o encargo das empresas de 35% para 25%.

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Com Inforpress

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