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Morre em mim
Cultura

Morre em mim

 

Estas palavras são cordas que partem me o pescoço

Lâminas que ferem o pulmão do verso

Pedras afiadas que cortam a carne do poema

As batalhas das almas incomunicáveis

Morrem no calor dos desejos

Que são asfixiada pelo silêncio

Morre em mim também

Deixem a aflição morrer em mim

Façam-lhe um funeral sem flores

Atrás da planície da lua

Já que estou morta na ruga dos teus olhos

Tirem a vida a esta emergência de

Querer sentar contigo no lençol

Da praia, de ondas assassinadas

E de canções mudas e versos singelos

Já que morri nos teus dedos

Morre em mim também

Porque continuas a labutar 

No meu peito, que nem um pássaro ferido?

Porque mexer as asas com esse desespero?

Não vais conseguir voar jamais

Este pensamento é um céu que enegrece

Já que morri nos teus jogos

Morre em mim também

Porque continuas a persistir

Que nem um peixinho dourado 

Em agonia, já que as barbatanas 

Estão cansadas e partidas

Mesmo assim não abandonas-te

Nas profundezas de fantasia

Amargem-me este devaneio

Com gosto de mel

De envelhecer nas mãos do teu sorriso

Raptam-me deste mundo de fantoches

De amor urgente de sonhos trêmulos

Deixem a verdade amolada

Cortar os pedaços da melodia

Que alucinam com a tua língua

Por favor matem o retrato

Das cores que com velocidade

Instalam na esquina da minha mente

Morre em mim

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SOBRE O AUTOR

Redação