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Governação “Rabentola” em Santiago Norte. Onde estão os resultados? (II)
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Governação “Rabentola” em Santiago Norte. Onde estão os resultados? (II)

...dados do INE mostram que os indicadores sociais e económicos degradaram na Região, de 2016 a 2019, com a governação do MpD, onde se verificou que a população economicamente ativa diminuiu em cinco dos seis municípios, a taxa de emprego diminuiu em todos os municípios, o desemprego aumentou em três dos seis municípios, a população inativa aumentou em cinco dos seis municípios, apesar de todo o discurso do Ulisses Correia e Silva de que a relação com os municípios melhorou e que os investimentos aumentaram na Região. Agora, imaginemos como deixará, o “homem solução”, o país em 2020 que terão a desculpa do COVID-19 para justificar estes resultados pífios e este retumbante fracasso de governação.

O Ulisses Correia e Silva ganhou as eleições, em 2016, sob o signo do “homem solução” que traria a felicidade aos cabo-verdianos. Na saga de 2016 prometeu, ou melhor assumiu o compromisso, de criar 45 mil empregos dignos; em que deste total, a população de Santiago Norte, em particular os jovens, haveriam de ter uma quota parte destes postos de trabalho dignos. Os jovens e suas famílias acreditaram e confiaram no “homem solução”.  Todavia, volvidos mais de 4 anos da sua governação e a 3 meses das eleições legislativas, a certeza da população, das famílias, das pessoas e dos jovens de Santiago Norte é que foram, literalmente, enganados pelo “homem solução”.

Para Santiago Norte, o Ulisses Correia e Silva deixa um rasto de engano e desesperança. O “homem solução” não cumpriu com seus compromissos. Na verdade, perguntámos: se alguma vez teve a intenção de os cumprir? Ou era, apenas, conversa fiada para ganhar as eleições?

O contexto do mercado de trabalho em Santiago Norte é desafiador e só quem possui um forte comprometimento com as famílias e as pessoas trabalham, de facto, para vencer estes desafios. O PAICV, enquanto governo, investiu em setores estruturantes como a agricultura, pecuária, saúde e infraestruturou a Região para o salto necessário, e lançando assim as bases para o desenvolvimento da Região.

O Ulisses Correia e Silva ignorou estas bases e apostou no PRRA – um programa de cosmética – que como está comprovado não garante emprego, muito menos emprego digno, e nem contribuiu para desenvolver a Região e alavancar as grandes potencialidades de Santiago Norte.

Ora, nesta “hora di bai” a governação do MpD e do Ulisses Correia e Silva deixa, em cada município, um rasto de resultados pífios, fracos e medíocres no quesito emprego e mercado de trabalho.

Se não vejamos:

No Tarrafal, em 2016, 57.1% da população estava empregada, 63.1% exercia algum tipo de atividade e 9.4% estava desempregada. E, em 2019, a taxa da população empregada diminuiu (51.8%) assim como a taxa de atividade (56.3%), e a taxa de desemprego diminuiu uns míseros (1.5%). Por isso, no município mais à norte de Santiago Norte, perguntam por onde tem andado o “homem solução”.

Em Santa Catarina, em 2016, a taxa de emprego era de 44.0% e diminuiu para 43.2%, a taxa de atividade era de 54.7% e diminuiu para 50.2%, a taxa de desemprego estava a 19.6% e baixou em 5.8% em 2019. Onde ficaram engavetadas as promessas, ou melhor, os compromissos, com Santa Catarina?

Em São Salvador do Mundo, em 2016, a taxa de emprego estava a 61.0%, a taxa de atividade em 66.2% e a taxa de desemprego em 7.9%. E, em 2019, verifica-se que a taxa de emprego reduziu drasticamente (38.1%) assim com a taxa de atividade (40.7%); somente a taxa de desemprego melhorou pouco mais de 1.5%. Neste município, pergunta-se por onde tem andado o “homem solução”.

Em São Lourenço dos Órgãos, em 2016, a taxa de emprego situava-se em 42.0%, a taxa de atividade em 44.0% e a taxa de desemprego em 4.5%. Os dados de 2019 mostram que a taxa de emprego diminuiu (39.4%), a taxa de desemprego aumentou (12.8%) e a taxa de atividade aumentou 1%. Neste município, a taxa de desemprego praticamente triplicou. Caso para dizer, que o “homem solução” não conhece os caminhos que vão dar à terra dos laurentinos.

Em Santa Cruz, em 2016, a taxa de emprego era de 64.9%, a taxa de atividade era de 74.1% e a taxa de desemprego estava em 12.4%. Ao final do mandato deste governo, todos os indicadores degradaram drasticamente. Em 2019, a taxa de emprego diminuiu para 37.2%, a taxa de atividade também diminuiu para 44.5% e a taxa de desemprego aumentou para 16.5%. No celeiro de Santiago, claramente, a situação socioeconómica das famílias atingiu níveis incomportáveis. Santa Cruz não sentiu nem viu as políticas de desenvolvimento com impacto nas famílias e nos jovens do “homem solução”.

Em São Miguel, em 2016, a taxa de emprego era de 53.2%, a taxa de atividade era de 56.2% e o desemprego situava-se em 5.3%. E, até 2019, todos os indicadores degradaram-se – taxa de emprego (43.4%), atividade (49.1%) e desemprego (11.4%). Portanto, no município que mais o “homem solução” investiu, os indicadores sociais e económicos só pioraram.

Ora, estes dados do INE mostram que os indicadores sociais e económicos degradaram na Região, de 2016 a 2019, com a governação do MpD, onde se verificou que a população economicamente ativa diminuiu em cinco dos seis municípios, a taxa de emprego diminuiu em todos os municípios, o desemprego aumentou em três dos seis municípios, a população inativa aumentou em cinco dos seis municípios, apesar de todo o discurso do Ulisses Correia e Silva de que a relação com os municípios melhorou e que os investimentos aumentaram na Região.

Agora, imaginemos como deixará, o “homem solução”, o país em 2020 que terá a desculpa do COVID-19 para justificar estes resultados pífios e este retumbante fracasso de governação.

Por isso, de facto, é um imperativo mudar a forma de governar, mudar a visão e seguir novos caminhos de desenvolvimento. Portanto, urge resgatar Santiago Norte, devolver a esperança as famílias e o futuro aos jovens para que, de facto, seja de Todos e para Todos.

Continua...

 

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SOBRE O AUTOR

Carla Carvalho

Editora e colunista de Santiago Magazine, política, socióloga, professora universitária, pesquisadora em género e desenvolvimento