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As entrelinhas interpessoais e as relações diárias
Colunista

As entrelinhas interpessoais e as relações diárias

A velocidade social muitas vezes nos impede de não apropriarmos das verdades que existem por trás das entrelinhas. É claro, que estamos mais habituados ao superficial e com isso perdemos a capacidade de análise que vai além da verbalização. As perdas e os fracassos que enfrentamos, muitas vezes emanam das ações superficiais. Nesta via, concluímos que as ações superficiais anulam as perceções autênticas e a compreensão decisiva dos fatos determinantes.

Viver de um modo aleatório é estar suscetível a situações inesperadas e ariscadas. Uma antevisão da realidade e dos fatos previsíveis e imprevisíveis, dão-nos uma luz especial no processo das relações cotidianas e dos desafios que diariamente chegam. A vida por si só é um risco permanente, estar desprevenido constitui um risco ainda maior. Um princípio basilar da vida é estar consciente das realidades multidimensionais com as quais deparamos e convivemos.

Certamente o grande risco, é não perceber os detalhes e as entrelinhas que as relações diárias nos apresentam. Tais relações incorporam linguagens gestuais, visuais e verbais. O importante, é perceber que os sinais também falam. Reconhecer, que a compreensão das ações subtis não passou normal e nem vulgar. Falando do vulgar, é neste ponto que se assenta a "inteligência multifocal" e não a neutralidade. Significa, que nada poderá ser visto como um acaso no espaço comportamental ou relacional.

Isso seria o ponto em que a incompatibilidade percetiva não se distancia da realidade.  As entrelinhas podem processar como ações involuntárias. Sem dúvida, existem ações objetivas e bem articuladas para um fim determinado. Se estivermos atentos e sem deixar levar pelas ações emocionais e circunstâncias, as conclusões aparentemente invisíveis serão percebidas. O essencial é perceber sem agir. A perceção discreta e inteligente, é o caminho para se obter resultados positivos.

As reações imediatas perante as perceções nas entrelinhas, serão uma via destrutiva, que certamente dificultarão os resultados.

O imprescindível neste processo das perceções cognitivas e comportamentais, acompanhadas das ações emocionais, é chegar a possíveis conclusões que nos permitam agir com assertividade e não na subjetividade. Aliás, as ações subjetivas não serão benéficas no processo comportamental assertivo. Devo dizer, que as maiores descobertas e por vezes fundamentais para a nossa segurança; sucesso e felicidade, estão exclusivamente na capacidade visual, emocional e espiritual exercida com maestria. A plataforma espiritual-racional, acompanhada de uma constante reflexão, é um instrumento essencial. Falando da reflexão, é a capacidade se nos manter atentos e sem a displicência. É o poder da análise de índole filosófico puro. A lucidez racional, emocional e espiritual, forma o triângulo basilar na construção perspicaz neste processo. Quem não percebe as entrelinhas da vida e das relações interpessoais não terá nenhuma condição de impor-se diante das circunstâncias adversas e perante os desafios.

A velocidade social muitas vezes nos impede de não apropriarmos das verdades que existem por trás das entrelinhas. É claro, que estamos mais habituados ao superficial e com isso perdemos a capacidade de análise que vai além da verbalização.

As perdas e os fracassos que enfrentamos, muitas vezes emanam das ações superficiais.

Nesta via, concluímos que as ações superficiais anulam as perceções autênticas e a compreensão decisiva dos fatos determinantes.

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SOBRE O AUTOR

Lino Magno

Teólogo, pastor, cronista e colunista de Santiago Magazine