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A omissão: subtileza ou conveniência
Colunista

A omissão: subtileza ou conveniência

A omissão é o conhecimento de algo, que perante uma situação crucial, assumimos uma postura covarde, conveniente, usando de alguma subtileza. Ela vem quase sempre acompanhada de astúcia e premeditação. É ficar "em cima do muro" quando deveríamos falar a verdade dos fatos. Quando alguém omite, estrangula o processo da verdade e neutraliza os resultados.

Quem omite não terá como exigir absolutamente nada.

A omissão é tão destrutiva quanto o uso da expressão no seu teor mais destrutiva possível. Quem omite será por medo, covardia, conveniência ou subtileza?

Um dos problemas mais sérios da sociedade, é a omissão. Não podemos augurar nenhum tipo de mudança, se a omissão for a nossa prática na convivência diária, nas relações laborais e familiares.

Para muitos a omissão, é mais que uma subtileza, é sim, uma atitude conveniente. Aliás, uma boa parte dos omissos são aqueles que preferem manter no "pódio" segurando a sua posição, amizade, evitando a rejeição dos outros.

Não omitir é um ato de caráter e coragem. É também um ato de personalidade e autoestima. Em geral quem omite não tem personalidade e identidade. Há quem acha que a omissão não é um problema e sim um meio termo. Não é verdade. É claro que respeitamos a opinião de cada um. É preciso perceber, que a omissão em certos casos poderá causar um perigo e danos irreparáveis.

Em direito, a omissão tem a ver com o silêncio premeditado, aquele que deveria falar, expressar o seu direito livre e voluntário, deixou de o fazer para se manter calado.

Está claro, que a omissão nos remete a um estado de silêncio e conveniência. Muitas vezes a subtileza é um mecanismo para o uso da omissão. De qualquer modo, não ajuda e nem contribui para esclarecimento e conclusão da verdade.

Neste caso, a omissão precisa ser vencida. Tenho por mim que a nossa sociedade carrega uma marca profunda de uma personalidade omissa. Os aspetos sociológicos e antropológicos, representam o pano de fundo no processo da compreensão desse fenómeno. Vale ressaltar, que uma análise honesta, da personalidade e do meio circundante, certamente nos daria alguma luz nesse âmbito.

A omissão representa um atraso galopante e dificulta o avanço. Ela é diferente de um silêncio inteligente. O silêncio é uma atitude positiva diante de alguma provocação ou insulto. É também uma forma de vencermos a ironia dos que às vezes desejam a nossa reação.

A omissão é o conhecimento de algo, que perante uma situação crucial, assumimos uma postura covarde, conveniente, usando de alguma subtileza. Ela vem quase sempre acompanhada de astúcia e premeditação. É ficar "em cima do muro" quando deveríamos falar a verdade dos fatos. Quando alguém omite, estrangula o processo da verdade e neutraliza os resultados.

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SOBRE O AUTOR

Lino Magno

Teólogo, pastor, cronista e colunista de Santiago Magazine