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A ditadura do silêncio e a tirania do mal
Colunista

A ditadura do silêncio e a tirania do mal

Uma coisa é objectar contra o mal e outra é ser cúmplice dele. A falta de coragem para apontar os estragos inerentes em suas múltiplas dimensões ainda é o outro lado da moeda.

Um posicionamento mais convencional e perigoso é manter o silêncio pela conveniência. Minha preocupação é sublinhar os nefastos perigos inerentes à forma como lidamos com aquilo que representa um risco iminente e com resultados imprevisíveis.

O silêncio nunca deve ser um aliado quando o mal é visível. A história nos aponta um cenário de brados e reivindicações de homens que se posicionaram com veemência em várias facetas da história.

Um teólogo da era patrística dizia: "o sangue dos mártires é a semente de novos cristãos". O império Romano já tinha sentenciado dezenas de mártires os quais preferiram os brados do que falsos confortos. Foram ceifados como ovelhas ao matadouro.

Nenhuma sociedade se torna grande sem referências. Quando estamos na zona de conforto dificilmente bradamos, preferimos o silêncio em detrimento do conforto. Qualquer ser humano imbuído de uma alta moral e sentido elevado de ética e visão, assumiria uma posição firme contra qualquer tipo de mal social ou não. Nenhuma sociedade avança quando a ditadura do silêncio impera como um sistema articulado.

Quatro nomes representam o gigantismo profético na promoção da justiça social, respeito á dignidade humana e sentido de direito na dimensão multifacetária. Martim Luther King Junior, Nelson Mandela, Mahatma gandhi e Madre Teresa de Calcutá. Todos lutaram contra os males que afectavam a sociedade.

A falta da solidariedade, as injustiças de várias naturezas, a opressão contra os mais vulneráveis, o enriquecimento ilícito e a o etnocentrismo, somam as listas dos males contra os quais combateram e venceram. Lutaram com a consciência de liberdade, e a bravura de vencedores. Brilharam como faróis no meio de uma geração omissa, tiveram a coragem incomum e deixaram grandes legados.

 

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SOBRE O AUTOR

Lino Magno

Teólogo, pastor, cronista e colunista de Santiago Magazine