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CONSTRUINDO SOLUÇÕES: O HUB INTERNACIONAL (TACV E NÃO SÓ)
Ponto de Vista

CONSTRUINDO SOLUÇÕES: O HUB INTERNACIONAL (TACV E NÃO SÓ)

Um sentimento inexplicável, arrepio-me todo ao ver mais estes dois aviões parados na Pista do Aeroporto da Praia. Já são três! Em 2018 é esperado mais dois para completarmos a disponibilidade de 5 aviões para o negócio da distribuição aérea de passageiros no atlântico médio. Até 2021, temos a pretensão de chegar a 11 aviões.

Antes de mais, convêm pontificar um especto central: nunca conseguiríamos mobilizar um parceiro da dimensão da Icelandair para o negócio da TACV a pensar apenas no nosso mercado étnico. Mobilizar este player internacional - com a experiência de ter implementado e consolidado o hub do atlântico norte, só foi possível porque finalmente conseguimos "vender" o ativo estratégico - a nossa localização - e o papel que podemos desempenhar na movimentação de passageiros no atlântico médio: A Icelandair comprou a ideia para nos ajudar a criar o hub no atlântico médio, com os olhos postos no mercado da América do Sul e do Norte, na África e na Europa. São milhões de passageiros ao nosso dispor desde que sejamos capazes de os alcançar. Para isso contamos com o conhecimento, a robustez financeira e a organização que a Icelandair representa.

Não tenho dúvidas de que a decisão de centralizar o Hub na ilha do Sal seja a melhor. Sal tem fortes e evidentes vantagens comparativas e competitivas, Para além de aspetos que tenham a ver a infraestrutura, com todo um acumulado de conhecimento, temos também uma outra dimensão de disponibilidade hoteleiro, para finalizar (a cereja sobre o bolo) temos recursos naturais que viabilizam o surgimento de competitivas ofertas de “stop over” - implementado primeiramente na Islândia e, ultimamente, adotado por Portugal.

Da mesma forma que existe um mercado de milhões para o trafego Aéreo, também existe milhões no Mar, nomeadamente no Bunkering enquanto fornecedores de combustível para o trânsito de barcos, bem como a manutenção dos mesmos. Um mercado que neste momento é dominado pelas ilhas Canarias e Gibraltar. Segundo um estudo, de 2012, encomendado pelo governo de Cabo Verde à empresa BPP – Business and Projects Promotion - o mercado de abastecimento de combustível no atlântico médio, para navios que passam a menos de meio dia de Cabo Verde e aqueles que escalam os nossos Portos, é de 3,6 milhões de toneladas/ano, cerca de 40 vezes o nosso mercado.

Cabo Verde tem de ser prático, objetivo e sobretudo decidido na sua tomada de decisões. Temos os nossos principais concorrentes atentos e focados, pois tudo o que queremos, eles também os querem. Estou a falar principalmente do Senegal que está a terminar um extravagante aeroporto internacional e se prontifica para fazer precisamente o que queremos fazer: ser um centro de distribuição de passageiros em África, mas também de e para África. Mas podia também falar de Canárias, ou Marrocos.

Luis Carlos silva Deputado da Nação |Presidente da Comissão Especializada de Economia Ambiente e Ordenamento do Território da Assembleia Nacional de Cabo Verde
 
www.luiscarlossilva.com | twitter: luiscarlossilva | skype: luis.carlossiva

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Redação