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PAICV acusa Governo de continuar a “enterrar dinheiro” na empresa Cabo Verde Airlines
Política

PAICV acusa Governo de continuar a “enterrar dinheiro” na empresa Cabo Verde Airlines

O secretário-geral do PAICV afirmou hoje que o Governo “continua a enterrar dinheiro” na Cabo Verde Airlines (CVA), enquanto o accionista maioritário estratégico continua “a não assumir quaquer responsabilidade ou risco” no negócio.  

Julião Varela falava em conferência de imprensa, hoje, na Cidade da Praia, em reacção às medidas anunciadas pelo Governo a nível dos transportes aéreos, ou seja a assinatura com a Loftleider Icelandic, do grupo Icelandair, de um novo acordo de gestão e em que o Governo vai injectar 15 milhões de euros (cerca de um milhão e 551 mil contos)   para a transportadora aérea voltar a operar.

Para o PAICV, o executivo de Ulisses Correia e Silva “está a aumentar ainda mais as responsabilidades do Estado”, a “endividar o País ainda mais”, pondo “em causa” a sustentabilidade dos indicadores macroeconómicos, apesar de ser o accionista minoritário.  

“Mais uma vez o Estado vem em socorro do accionista estratégico e maioritário não para ampliar os investimentos, nem para trazer os 11 aviões prometidos, mas sim para ajudar a resolver os problemas de gestão da empresa, ou seja para pagar dividas”, concretizou Varela.  

Segundo a mesma fonte, o accionista estratégico e maioritário “não tem assumido qualquer responsabilidade ou risco” no negócio e “limita-se apenas a vender serviços e a alugar os seus próprios aviões a custos exorbitantes e sem obedecer às regras do mercado”.

“Sé é certo que o Governo está confrontado com o fracasso nessa operação de privatização e pressionado pelo calendário eleitoral, o PAICV entende que deve ser afastada qual quer tentação de provocar a retoma dos voos sem que exista um plano de negócios sustentável”, referiu.  

Para o PAICV, o desempenho da governação de Ulisses Correia e Silva em matéria dos transportes aéreos tem sido “mau”, e deve assumir que o negócio com a Icelandair “foi um fracasso”, apresentar ao País um plano estratégico que ”pare a drenagem financeira” do Estado à empresa e um plano que salvaguarde os postos de trabalho.  

Julião Varela afirmou que a inexistência de um plano sustentável e rentável de negócios de longo prazo significa que o parceiro estratégico aceita mais este novo acordo apenas para fazer “um jeito” ao Governo que, “a todo o custo”, quer “salvar a face” neste período eleitoral 

Segundo o secretário-geral do PAICV, para muitos a situação actual recomendaria o resgate do acordo, pelo menos até se ultrapassar esta fase difícil colocada pela pandemia, de modo a salvaguardar o emprego e o rendimento dos trabalhadores e seus familiares.  

Com o novo acordo anunciado, a CVA deverá nos próximos 12 meses recentrar os seus objectivos, metas e o mercado-alvo direccionado para as rotas de acolhimento dos emigrantes cabo-verdianos e os países emissores de turistas, designadamente Portugal e Estados Unidos da América.  

O Estado de Cabo Verde vendeu, em 2019, 51% da companhia aérea nacional TACV por 1,3 milhões de euros a Lofleidir Cabo Verde.

A Loftleidir Icelandic, empresa subsidiária do grupo Icelandair (Islândia), detém 70% das acções na Loftleidir Cabo Verde, enquanto os restantes investidores 30%.  

A empresa tem vindo a trabalhar em regime de consultadoria com a Cabo Verde Airlines desde 2017 na reestruturação da companhia e a desenvolver uma estratégia para o futuro da empresa.  

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