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MDSV diz que demissão de director da IGAE teve motivações políticas. E aponta dedo a Augusto Neves
Política

MDSV diz que demissão de director da IGAE teve motivações políticas. E aponta dedo a Augusto Neves

O Movimento para o Desenvolvimento de São Vicente (MDSV) afirma, em comunicado de imprensa, que o Governo cedeu a pressões de "determinbados interesses", entre os quais do presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, e da Câmara de Comércio de Barlavento, para exonerar Elisangelo Monteiro (na foto).

Na nota, produzida hoje e assinada por Maurino Delgado e Lídio Silva, o MDSV admite ser normal, na competência administrativa que compete ao Giverno, escolher os quem quiser para os cargos de chefia, mas adianta que no caso da demissão de Elisângelo Monteiro das funções de director geral da Inspecção das Actividades Económicas o processo não decorreu dentro dessa normalidade.

"Nada mais normal na competência administrativa, de poder escolher os melhores quadros para governar. Só que, a pessoa em questão, não é substituída num processo de normalidade, em que o objetivo devia ser definir as melhores políticas para os serviços e muito menos por razões de incompetência", lê-se no comunicado, que considera ter sido uma exoneração baseada em interesses políticos e económicos.

"Neste caso, quem deu o primeiro sinal a pedir a cabeça do Elisângelo Monteiro, foi o candidato às autárquicas do MpD, em São Vicente, Dr Augusto Neves, que justificou os maus resultados eleitorais alcançados, dizendo publicamente, que enfrentou os partidos políticos adversários, mais o Sokols e a IGAE. O ex-candidato do MpD mete, assim, a IGAE nessa disputa, na sequência das inspecções feitas em São Vicente que levaram ao encerramento de algumas padarias por falta de condições sanitárias, que o mesmo candidato classificou, no momento, de inoportunas".

A seguir, prossegue o MDSV, "veio a Câmara do Comercio de Barlavento posicionar-se também contra as inspecções feitas pela IGAE", acrescentando aquele movimento sãovicentino que "há muita gente a pedir a cabeça do Elisângelo. A Semana escreveu em 15/09/2019: “o inspector-geral das atividades económicas disse a inforpress que desde janeiro a esta parte já foram apreendidos cerca de 120 mil litros de aguardente de má qualidade e 500 mil litros de material de falsificação. Para forçar a fermentação de determinados ingredientes utilizados no fabrico do grogue, alguns produtores tem utilizado produtos como o DDT(pesticida utilizado no combate a insetos ), além de fezes humanas e animais mortos, porque contém baterias. O inspetor-geral das atividades económicas afiançou que o serviço que dirige tem verificado casos descritos"

"É neste quadro de conflitos de interesses que é dada por finda a comissão de serviço do senhor Elisângelo Monteiro", analisam Maurino Delgado e Lídio Silva, para quem "o Governo, ao ceder a pressões de determinados interesses, desse jeito, perturbou o normal funcionamento da Administração pública, sendo ao mesmo tempo, um auto-suicídio, porque quando a Administração Pública não funciona, o Governo, também não funciona, está a prazo".

O MDSV não vê, por isso, vida fácil para o próximo director geral da IGAE (ainda por ser conhecido). "O novo Inspector surge, por esse facto, castrado nas suas funções, porque pende sobre a sua cabeça a espada daqueles que, na prática, controlam o poder! Levar a Administração Pública a funcionar, para lá dos ciclos eleitorais e interesses outros, é a grande luta do povo cabo-verdiano, na senda do desenvolvimento!", conclui a nota.

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Redação