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Insegurança no país. De quem é a culpa?
Sociedade

Insegurança no país. De quem é a culpa?

Eis a questão. Quem é culpado pelo estado de insegurança que o país está a viver? Será o povo? Porque os partidos políticos do arco do poder não a querem assumir. Enquanto o PAICV, oposição, liga o MpD, no poder, ao estado de insegurança que se instalou no país, o Governo, por sua vez, afirma que a situação foi herdada da anterior governação.

As afirmações foram feitas pelo deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), José Maria Veiga, ao usar da palavra no período antes da ordem do dia, da sessão parlamentar, que teve como base a questão da segurança nacional.

“A segurança é uma questão séria, complexa e determinante para o futuro de desenvolvimento de Cabo Verde, mas o Governo não tem cumprido com a sua responsabilidade e como consequência existe um certo risco de a sociedade caminhar para uma situação de mal-estar”, sublinhou o deputado, frisando que os últimos acontecimentos na ilha do Sal, Figueira das Naus e Ribeirão Manuel, em Santa Catarina de Santiago, são sinais preocupantes e tem acontecido “um pouco por todo o país”.

Segundo o parlamentar, a solução tem de ser vista de forma “global e integrada”, não só na instalação de postos de policiais, mas também pela qualidade que deve reflectir das políticas governamentais para os jovens em formação profissional, emprego, desporto e cultura.

Para José Maria Veiga, há que priorizar recursos orçamentais para estes sectores, com vista a autonomia dos jovens,  aumentar o acesso a recursos e reduzir tanto a privação da vulnerabilidade e exposição de risco, como criar condições para melhorias de qualidade de vida.

Caso ao contrário, assinalou, cria-se uma sociedade que poderá ser surpreendida por acontecimentos capazes de pôr em causa a coesão cabo-verdiana, enquanto nação.

Em resposta ao PAICV, a deputado do Movimento para a Democracia (MpD, no poder), Joana Rosa, reconheceu que tem havido “alguns casos que constituem preocupação” para o Governo, mas disse que “assaltos a residências, mortes de forma horrível não são novidades”,  sendo, precisou, “ocorrências que aconteciam desde a anterior governação”.

Joana Rosa assegurou que o Governo está a trabalhar na implementação de medidas que visam “quebrar e minimizar” um “problema herdado” do anterior Governo, tendo ressalvado que os últimos dados demonstram que o índice de segurança no país “reduziu substancialmente”.

“O PAICV não pode estar a atribuir responsabilidades ao Governo porque são acontecimentos que ocorrerarm no passado e foram omitidos”, afirmou a deputada, que garantiu que o executivo trabalha para garantir a segurança das pessoas e assumiu o combate à insegurança como uma “questão prioritária” para o país.

Para Joana Rosa, Cabo Verde é hoje um país “com mais segurança”.

“Tem havido sim uma migração dos criminosos porque as medidas que estão a ser tomadas nos centros urbanos tem feito com que esses delinquentes emigrem para outros centros”, ajuntou.

Segundo a deputada, cabe a cada um “assumir a sua responsabilidade”,  porque a segurança é uma questão que “interpela a todos” e, muitas das vezes, as linguagens e mensagens vinculadas “são agressivas e criam um certo medo e pânico” na sociedade.

Com Inforpress

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Redação