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Partidos admitem que Constituição pode trazer ainda mais ganhos ao país
Política

Partidos admitem que Constituição pode trazer ainda mais ganhos ao país

Os três partidos políticos com assento parlamentar admitiram hoje, 23, que a Constituição da República, aprovada em 1992, trouxe melhorias para Cabo Verde, mas a mesma pode ainda proporcionar mais ganhos ao País.

Rui Figueiredo Soares, líder da bancada parlamentar do MpD, Janira Hopffer Almada, do PAICV, e António Monteiro, da UCID, expressaram esse entendimento durante a sua intervenção hoje na sessão solene comemorativa do 25º aniversário da Constituição da República, realizada na Cidade da Praia.

Para o MpD, a Constituição da República garantiu, até agora, o funcionamento e a estabilidade no sistema político de Governo, e tem oferecido aos cidadãos um leque de direitos de liberdades fundamentais que os tornam “livres de qualquer arbítrio”, sublinhando que esta é uma das grandes conquistas da Constituição de 1992.

“Temos a consciência clara de que não existem constituições perfeitas. A nossa também não o é. Mas, a verdade não deixa esconder um facto: a Constituição de 1992 passou, de então por cá, com distinção, em todos os testes a que se viu sujeita (…) e provou que está em condições de continuar a dar a Cabo Verde a paz, a segurança e a estabilidade de que tanto precisa para prosseguir na senda do desenvolvimento”, indicou.

Para Rui Figueiredo, não sendo perfeita, a Constituição da República necessita de revisões que a tornem “mais robusta, mais sólida e mais consolidada”, visto que o caminho a seguir é o de melhorar “cada vez mais”, na certeza de que possa continuar a servir Cabo Verde com a “excelência que se lhe reconhece”.

Já, António Monteiro, sublinhou que nos 25 anos da Constituição da República, ainda há passos “importantes e significativos para se poder atingir àquilo que a Constituição exige, tendo a noção clara de que “não é fácil” pôr na prática tudo aquilo que vem plasmado na lei magna.

No entanto, o líder da UCID garantiu que ficaria satisfeito se todos os governos que tiveram a oportunidade de ter a Constituição nas mãos, pudessem ter feito aquilo que manda da melhor forma possível, entendendo que houve este esforço e vontade, mas que, provavelmente, os recursos necessários, financeiros e humanos, para a sua implementação “não foram suficientes”.

“Quero pedir ao Governo actual uma atenção muito especial para que possamos cumprir a Constituição que é boa, não obstante, em alguns pontos e situações têm necessidades de alguma revisão”, disse António Monteiro, notando que há um leque de necessidades que não tem sido possível responder atempadamente, nomeadamente às questões económicas, sociais e políticas.

Por sua vez, Janira Hopffer Almada lembrou que o povo cabo-verdiano “abraçou” os conteúdos, os princípios e os valores da lei magna, sofrendo revisões com introdução de melhorias e adequações que resultaram em avanços importantes para o país, mas que a Constituição da República deve periodicamente ser avaliada pela sociedade para se introduzir os ajustamentos.

“Mais do que ter a Constituição tão boa como aquela que temos, os responsáveis públicos e políticos devem engajar-se de forma autêntica, sincera e genuína do seu cumprimento”, defendeu a líder do PAICV, sustentando que nos últimos tempos tem-se registado sinais “preocupantes” que indicam uma nova “cultura e leitura” na aplicação da Constituição.

Segundo ela, tal como a democracia, a Constituição da República é um processo em “permanente amadurecimento”, acrescentando que para se chegar à Constituição de hoje, foi preciso uma “longa” caminhada e uma “resistência tenaz” do povo cabo-verdiano.

Com Inforpress

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