O Orçamento Rectificativo (OR) prevê 588 mil contos para a aquisição de um avião para transferências sanitárias, segundo a deputada do PAICV, Janira Hopfer Almada, que questiona, onde estão os aviões CASA adquiridos para o efeito.
“A informação que saiu em 2018 é que o avião Dornier tinha sido trocado por dois aviões CASA, depois de o Estado ter pagado com recursos de todos cabo-verdianos 71 mil contos. Se nós entregamos o avião Dornier e pagamos 71 mil contos, pergunto como é que agora não temos os aviões e um outro avião vai ser comprado?”, questionou esta quarta-feira, 8, a líder do PAICV, pedindo explicações ao Governo.
Na mesma linha de ideia, o deputado e presidente da UCID, António Monteiro, disse entender que se calhar este não é momento propício para a compra do avião, dada à situação de crise que o país atravessa.
A par disso, lembrou que o Governo tem um acordo com uma empresa portuguesa e com Transportes Inter-ilhas de Cabo Verde (TICV, ex-Binter) para transporte de doentes.
“Nós entendemos que numa situação de crise em que temos aeronaves nos aeroportos parados que podem ser solicitadas para socorrer as pessoas não faz sentido que o Governo venha nessa altura investir cerca de 600 mil contos para aquisição de uma aeronave para fazer a evacuação”, anotou o deputado da UCID.
Entretanto, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, explicou que a compra desse novo aparelho tem a ver com a racionalidade económica e está enquadrada dentro dos investimentos para garantir segurança total ao nível do País e que inclui a segurança sanitária.
O governante salientou que nesta fase “é importante” que o país tenha meios para garantir transferências áreas sanitárias com segurança, mas também para fiscalizar o espaço aéreo e a zona marítima.
“O Governo entendeu, de acordo com os estudos feitos por técnicos especialistas, em como o custo da manutenção do avião Dornier é muito mais elevado do que o montante que é preciso para adquirir um avião mais novo, em melhores condições e mais adaptáveis para fazer as duas coisas: transferências áreas sanitárias e fiscalização do nosso espaço aéreo e marítimo. Portanto aqui há uma racionalidade económica”, sustentou.
O Orçamento Rectificativo, em discussão no Parlamento, é de 75 milhões de contos, com um acréscimo de dois milhões de contos face ao orçamento inicial, que era de 73 milhões de contos.
Com Inforpress
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